Estética animista: memória e (re)existência na narrativa de Ungulani Ba Ka Khosa
DOI:
https://doi.org/10.12957/transversos.2021.58454Palavras-chave:
Estética animista, memória, (re)existênciaResumo
O artigo analisa as manifestações da estética animista na sua intercessão com a memória oral como prática de (re)existência na narrativa de Ungulani Ba Ka Khosa. A década 50 do século XX é um importante marco na produção literária em países africanos de língua portuguesa. Escritores assumem o protagonismo na reinvenção das suas sociedades, historicamente subjugadas pelo sistema colonial, num processo pautado pelo questionamento dos cânones literários ocidentais, e pela (re) busca de um passado cultural ancestral e sua incorporação na literatura. Contudo, ainda se reduzia essa produção a categorias desfasadas do conteúdo narrado. A estética animista irrompe como um paradigma de análise mais consentâneo com os universos simbólico e cultural representados nessa produção, concretamente na narrativa. É nessa corrente em que se insere este estudo para a fundamentação do qual se baseou, fundamentalmente, em Garuba, 2003, 2012.
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