Junho ou As Idades da Pedra: para quem sonhou outubros, foi pouco; para os deserdados da utopia, memorável

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/synthesis.2023.83517

Resumo

Terminava assim um dos artigos que escrevi, no calor da hora, sobre as manifestações de 2013 - escrevia muito para pensar, metabolizar sentimentos em ebulição, elaborar angústias e domesticar a imaginação acelerada pela energia das ruas: 

“E o futuro? O movimento omnibus tem diante de si os mais variados cenários, e outros a inventar. Seu destino provavelmente dependerá de sua capacidade de diferenciar a crítica política da crítica à política, e de não confundir a rejeição ao atual sistema político-eleitoral, e partidário, com uma recusa da própria democracia, em qualquer formato. Essas distinções provocarão divisões internas profundas e inconciliáveis, que já estão aflorando. Toda essa magnífica energia fluirá para o ralo do ceticismo, abrindo mais um ciclo de apatia? A indignação encontrará traduções autoritárias e ultraconservadoras? Múltiplos afluentes seguirão cursos inauditos, nos surpreendendo com sua criatividade e mudando o país, no âmbito da democracia? As respostas não dependem só do movimento, mas também dos que não têm participado e das lideranças governamentais e parlamentares.” 

Biografia do Autor

Luiz Eduardo Soares, Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro

Doutor em Ciência Política (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, IUPERJ). 

Referências

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Publicado

2024-04-17

Como Citar

Eduardo Soares, L. (2024). Junho ou As Idades da Pedra: para quem sonhou outubros, foi pouco; para os deserdados da utopia, memorável. (SYN)THESIS, 16(3). https://doi.org/10.12957/synthesis.2023.83517

Edição

Seção

Artigos