Junho de 2013: uma hipótese afetiva sobre a consolidação do antipetismo brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.12957/synthesis.2023.83515Palavras-chave:
impeachment, Dilma, antipartidarismoResumo
As manifestações de Junho de 2013 foram uma série de eventos com alto grau de complexidade e diversidade, que marcaram a política nacional brasileira e os seus 10 anos subsequentes. Contudo, uma década depois, é possível reavaliar a natureza daqueles acontecimentos e, mais especificamente, questionar as suas correlações com os processos ocorridos em 2015 e 2016, que culminaram com o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão posterior de Luiz Inácio Lula da Silva. Com interesse em estabelecer aproximações entre os dois ciclos de manifestações, este artigo utiliza-se das noções de antipartidarismo reativo, antipetismo e apartidarismo (Poguntke; Scarrow, 1996; Tocal; Gunther; Montero, 2001) para realizar aproximações entre 2013 e 2015. Busca-se desse modo evidenciar uma leitura acerca dos períodos que pode lançar luz sobre as conexões causais entre ambos.
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