Dos gabinetes para as ruas: os antecedentes políticos da emergência do ciclo de confronto de Junho, 2011-2013
DOI:
https://doi.org/10.12957/synthesis.2023.83509Palavras-chave:
protesto, Junho de 2013, movimentos sociais, ciclos de confrontoResumo
O presente artigo visa rastrear os antecedentes políticos institucionais e extrainstitucionais de temas que surgiram nas ruas durante o ciclo de confronto de Junho de 2013. Seguindo como modelo teórico a teoria do confronto político, o artigo considera que Junho de 2013 pode ser entendido como um ciclo de confrontos, isto é, um conjunto de episódios de protesto cuja escalada rápida e massiva é produto da difusão de diversos conflitos entre distintos segmentos sociais. Assim sendo, o artigo também procura dar destaque às dificuldades das negociações políticas acarretadas pela coalizão governista petista no período de 2010 a 2013, buscando compreender como a política institucional impactou a política das ruas. As indagações dizem respeito à constituição de um conjunto amplo de temas políticos que não estavam exclusivamente centrados na “questão urbana”. Procurou-se aqui qualificar essas afirmações, argumentando que o processo político antecedente foi marcado pela eclosão de diversos temas tanto nas ruas quanto nas arenas institucionais. Com base em acervo histórico de jornais e revistas, além do mapeamento de importantes protestos no período, o artigo busca traçar os processos que levaram à progressiva fragilização da coalizão governista e à cristalização de pautas e agendas que ressurgiriam nas ruas como pontos de conflito.
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