ROTULAÇÃO À ALTA VELOCIDADE: O “NÃO SABE DIRIGIR” COMO IDENTIDADE SOCIAL E A INTERAÇÃO COMO CASO ESPECIAL DO SITUACIONISMO*
DOI:
https://doi.org/10.12957/synthesis.2019.60170Palavras-chave:
Interacionismo americano, Situacionismo metodológico, Trânsito, Rotulação, Definição de selfResumo
O objetivo deste texto é analisar o caráter situacionista do interacionismo americano a partir de situações experimentadas em intervalos de tempo efetivamente curtíssimos. Para tanto, analisa-se a atribuição do rótulo de que “não sabe dirigir” a motoristas no trânsito. Nesse ambiente, as interações podem durar poucos segundos, um tempo curto, mas aparentemente suficiente para os atores considerarem efetiva a avaliação dos comportamentos e a atribuição de rótulos. E esse rótulo tem a ver com uma incompetência para adaptar-se às circunstâncias de uma condução cujo imperativo é mover-se rapidamente sem tornar-se obstáculo para os outros. O estudo de um caso da teoria da rotulação, um dos capítulos mais marcantes do interacionismo, permite, por meio daquilo que, adotando um olhar situacionista metodológico, chamou-se de definição da situação a velocidade considerável, observar de forma privilegiada a situação-tipo paradigmática do interacionismo americano, a de definição do self do outro.
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