“ELE NÃO ERA BANDIDO”: PRÁTICAS DISCIPLINARES E RACISMO DE ESTADO NA VIOLÊNCIA URBANA CARIOCA
DOI:
https://doi.org/10.12957/synthesis.2019.58544Palavras-chave:
Racismo de estado, Biopoder, Bandido, Limpeza moralResumo
O texto apresenta um conjunto de análises em torno das notícias veiculadas sobre a morte de Júlio César Menezes, em setembro de 2010. Júlio foi apontado pela polícia – com três outros homens – como traficante, armado e em confronto. Dos quatro mortos, somente o caso de Júlio ganhou proporção pois este apresentava um histórico de vida que, segundo seus próximos e a imprensa, não permitiria tal identificação. Sua rotina de trabalho, sua participação em projetos oferecidos por uma ONG e até sua orientação sexual formavam um conjunto de características que o eximiam da incriminação imposta. Em torno dessa morte, os meios de comunicação, sobretudo os jornais cariocas, assumiram a função de arena de um confronto moral: a polícia justificando seu ato, acusando-o de criminoso, e os familiares e amigos de Júlio esforçando-se em desconstruir essa afirmação por meio de uma limpeza moral da sua imagem, recorrendo aos papéis que este exercia. Apoiarão essa análise as teorias de Foucault sobre o biopoder – especialmente o racismo de estado – e os conceitos de sujeição criminal e limpeza moral, que nos dão elementos para dialogar com detalhes que aparecem no decorrer dessa investigação.
Palavras-chave: Racismo de estado. Biopoder. Bandido. Limpeza moral.
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