Qualidade microbiológica e índice de segurança de fórmulas infantis preparadas em lactário hospitalar
DOI :
https://doi.org/10.12957/rhupe.2017.33294Résumé
Introdução: As doenças transmitidas por alimentos são consideradas um problema de saúde pública eminente e são causadas por ingestão de alimento ou água contaminada. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade microbiológica e o índice de segurança de fórmulas infantis preparadas no lactário. Métodos: Foram analisadas 28 amostras de água utilizadas para reconstituição de fórmulas em pó e 28 amostras de fórmulas infantis reconstituídas. O índice de segurança (IS) foi calculado com base na análise das temperaturas da água de reconstituição e da geladeira de conservação das fórmulas reconstituídas, considerando como meta os parâmetros de temperaturas propostos pelas legislações específicas. Resultados: As amostras de água apresentaram ausência de coliformes a 35 ºC/mL e contagem de bactérias aeróbias mesófilas totais abaixo dos limites permitidos pela legislação. As amostras de fórmulas infantis reconstituídas apresentaram ausência de coliformes a 45 ºC, estafilococos coagulase positiva e Salmonella sp e para coliformes a 35 ºC as amostras não ultrapassaram os valores permitidos pela legislação. As temperaturas médias da água nos turnos manhã e tarde foram, respectivamente, 89 ºC e 91,5 ºC e o IS foi de 0,98. As temperaturas médias da geladeira foram 2,5 ºC e 3,1 ºC e IS de 0,99. Conclusões: Evidenciou-se que, tanto as amostras de água como as amostras de fórmulas infantis estavam adequadas para o consumo humano. O IS obtido revelou grau satisfatório de cumprimento das exigências da legislação vigente. O monitoramento destas etapas é fundamental para garantia da qualidade das fórmulas produzidas.
Descritores: Segurança alimentar e nutricional; Conservação de alimentos.
Références
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Surtos de doenças transmitidas por alimentos no Brasil, 2007–2016. Junho de 2016.
Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/junho/08/Apresenta----o-Surtos-DTA-2016.pdf> Acesso em: 10 jan. 2017.
Santos MIS, Tondo EC. Determinação dos perigos e pontos críticos de controle para implantação de sistema APPCC. Rev. Nutr. Campinas. 2000;13(3):211-22.
Mardaneh J, Soltan-Dallal MM. Isolation and Identification of E. cowanii from Powdered Infant Formula in NICU and Determination of Antimicrobial Susceptibility of Isolates. Iran J Pediatr. 2014;24(3):261-6.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada nº 43, de 19 de setembro de 2011. Regulamento técnico para fórmulas infantis para lactentes. Diário Oficial da União. Brasília/DF, 2011a. Disponível em: <https://www.saude.rj.gov.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=MTk4MQ%2C%2C> Acesso em: 10 jan. 2017.
Silano M, Paganin P, Davanzo R. Time for the 70 °C water precautionary option in the home dilution of powdered infant formula. Ital J Pediatr. 2016;42:17.
World Health Organization. How to Prepare Formula for Bottle-Feedingat Home. Geneva: World Health Organization; 2007. Disponível em: <http://www.who.int/foodsafety/document_centre/PIF_Bottle_en.pdf > Acesso em: 10 jan. 2017.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada nº45, de 19 de setembro de 2011. Regulamento Técnico para fórmulas infantis para lactentes destinadas a necessidades dietoterápicas específicas e fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância. Diário Oficial da União. Brasília/DF, 2011b. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/394219/Resolu%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BRDC%2B45_2014_Altera%2BRDC%2B42_2011_.pdf/fa71a5d9-f852-42c8-b10e-7f71fefffa80?version=1.0> Acesso em: 10 jan.2017.
Brasil. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada n° 63. 6 de julho de 2000. Regulamento técnico: Requisitos Mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Ministério da saúde. Brasília/DF, 2000. Disponível em: <https://www.univates.br/unianalises/media/imagens/Anexo_X_61948_10.pdf> Acesso em: 10 jan.2017.
Rennó FF, Weber ML, Gonçalves ES. Análise do nível de segurança das refeições produzidas em complexo hoteleiro de grande porte na região centro-oeste do Brasil. J Health Sci Inst. 2013;31(3):296-300.
Silva Junior EA. Manual de controle higiênico–sanitário em serviços de alimentação. 7. ed. São Paulo: Varela; 2014. 693 p.
American Public Health Association. Compendium of Methods for the Microbiological Examination of foods. 4th ed. Washington: APHA; 2001. 676 p.
Brasil. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada nº 12, de 2 de janeiro de 2001. Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da União. Brasília/DF, 2001. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_12_2001.pdf/15ffddf6-3767-4527-bfac-740a0400829b> Acesso em 10 jan.2017.
Kawasaki VM, Cyrillo DC, Machado FMS. Custo-efetividade da produção de refeições coletivas sob o aspecto higiênico-sanitário em sistemas cook-chill e tradicional. Rev Nutr. 2007;20(2):129-38.
Codex Alimentarius Commission. Code of hygienic practice for powdered formulae for infants and young children. CAC/RCP 66 – 2008. 2008. 29 p. Technical Report, 66. Washington, 2008, 29 p. Disponível em: <http://www.fao.org/fao-who-codexalimentarius/standards/list-of-standards/en/> Acesso em: 20 nov. 2016.
Ribas MF, Lavarda SCS. Avaliação das Condições Higiênico-Sanitárias em Lactário de Hospital Particular. In: Simpósio de Segurança Alimentar e Saúde, 5., 2015. Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, 2015. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/sbctars-eventos/gerenciador/painel/trabalhosversaofinal/SAL111.pdf.> Acesso em: 10 jan. 2017.
Cairo RC, Silva LR, Andrade CF, et al. Bacterial contamination in milk kitchens in pediatric hospitals in Salvador, Brazil. Braz J Infect Dis. 2008;12(3):217-21.
Horita HC, Cardozo GM, Imazaki FT, et al. Avaliação microbiológicas de formulações lácteas infantis preparadas em lactários hospitalares do Município de Campinas (SP) e Região. In: Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica, 8., 2014, Campinas. Anais. Campinas: RE14232, 2014.
Rosset P, Noel V, Morelli E. Time–temperature profiles of infant milk formula in hospital sand analysis of Enterobacter sakazakii growth. Food Control. 2007;18:1412-8.