Editorial
DOI:
https://doi.org/10.12957/rhupe.2014.14388Resumo
A Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto completa o seu 13º ano de existência, lançando o fascículo Educação Médica, último de 2014, assim como o último no presenteformato de publicação, dedicado exclusivamente a textos de revisão, uma vez que, a partir de2015, inauguraremos seções de estudos originais ,estudos de caso e cartas ao editor. O presente fascículo teve como editoras convidadas as professoras Renata N. Aranha, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e Helena Carvalho, da Virginia Tech Carilion School of Medicine, Roanoke, VA, Estados Unidos. Embora trabalhando em diferentes hemisférios do planeta, ambas têm se dedicado a desenvolver modelos inovadores de educação médica e a aplicá-los nas realidades específicas das faculdades em que estão inseridas. Desta maneira, a originalidade e qualidade do material publicado neste fascículo podem ser explicadas por esta parceria bem sucedida entre as duas especialistas. As mudanças no campo da educação médica são desafiadoras e atualmente caminham para a formação de profissionais que possam mobilizar os conhecimentos adquiridos para a resolução de situações vivenciadas na sua prática em serviço, incorporando os determinantes e contextos sociais em suas tomadas de decisão. A observação dos processos de ensino nos permite identificar a evolução de métodos anteriormente centrados em doenças e segmentados em especialidades, passando pelos assim chamados currículos baseados na solução de problemas, até a atual formação na perspectiva de aquisição de competências, centralizada no aluno e ancorada em sistemas integrados de saúde e educação. Apresentar soluções inovadoras na área de educação é uma condição imprescindível para se enfrentar os inúmeros problemas de se preparar profissionais de saúde para um mercado de trabalho desafiador. Inovação não deve ser apenas uma meta, mas sim uma atitude de todos os envolvidos com ensino médico, além de uma missão a ser continuamente perseguida pelas instituições de ensino. Comparar diferentes instituições e classificá-las utilizando diferentes sistemas nos fornece uma visão de conjunto que pode permitir rever metas e métodos e, portanto, transformar inovando. São muitos os sistemas de classificação de desempenho de universidades publicados internacionalmente. Não surpreende o fato de universidades americanas e, em menor escala, as inglesas, aparecerem entre as top 10 na quase totalidade desses sistemas. As universidades de Harvard, Stanford, Cambridge e Oxford, além do Massachusetts Institute of Technology e o California Institute of Technology são instituições acadêmicas onipresentes entre as melhores do mundo. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro nem sempre aparece pontuando dentro dessasclassificações. Em 2014, o Center for World University Rankings publicou o seu índice anual relacionandoas 1.000 melhores universidades do mundo. Para tal, analisou oito itens objetivos: 1. Quality of education, medida pelo número de alunos que obtêm medalhas e prêmios; 2. Alumni employment, aferido pelo número de alunos que ocupam, no momento da avaliação, cargo de presidente de grandes empresas internacionais; 3. Quality of faculty, medida pelo número dedocentes que ganharam prêmios e medalhas internacionais; 4. Publications, medida pelo número de artigos científicos publicados emperiódicos de qualidade; 5. Influence, medidapelo número de artigos científicos publicados em periódicos de alto impacto; 6. Citations, aferido pelo número de artigos relacionados à pesquisa com alto índice de citação; 7. Broad Impact, medido pelo índice-h de universidades; e 8. Patents, medido pelo número de pedidos de patentes internacionais. Como costuma acontecer com outros instrumentos similares, indicadoresrelacionados especificamente ao ensino no âmbito da graduação são considerados de maneira tangencial. De qualquer maneira, alcançar excelência universitária pressupõe a difícil tarefa de abarcar em sintonia os diferentes aspectos da extensão, ensino e assistência. Nesta escala, 18 universidades brasileiras estão classificadas entre as 1.000 melhores do mundo. Como era de se esperar, no ranking nacional, a Universidade de São Paulo aparece em 1º lugar (131º no World Ranking), seguida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela Universidade de Campinas e por outras 15 universidades. Num significativo 8º lugar entre as nacionais (845º no World Ranking), estamos nós, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Este número especial da Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto privilegia a reflexão sobre ensino médico em momento oportuno, em sintonia com a recente homologação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Medicina e o amplo debate nacional sobre o médico que a sociedade deseja e precisa. Os temas apresentados reafirmam a necessidadede revisão das práticas no âmbito da educação, mostrando que temos muito a avançar e contribuir para a excelência do ensino médico na nossa Universidade. Boa leitura!Downloads
Publicado
2014-12-30
Edição
Seção
Editorial