Políticas linguísticas de internacionalização do português nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa: caminhos e desafios do português africano
Palavras-chave:
Português, Internacionalização, PALOP, Políticas LinguísticasResumo
Todas as sociedades, por mais que sejam mais isoladas geograficamente possuem uma política e um planejamento linguísticos (CALVET, 2006, 2007). O estatuto atribuído a uma língua tem efeitos diversos: pode expandir, revitalizar-se ou ainda extinguir-se. O destino das línguas depende de decisões políticas. Os PALOP escolheram o português como a língua oficial assumindo as funções estatais, incluindo o ensino. Nessa política se questiona, se existe políticas de internacionalização do português desde as independências dos PALOP? A resposta é: não existe e nem tentativas de efetivar; a língua portuguesa se torna internacional na África devido a presença dos dos PALOP nas organizações internacionais; Ela se internacionaliza devido à influencia da CPLP no mundo e de empresas portuguesas e brasileiras em países africanos. A pesquisa visa discutir a influência dos PALOP na internacionalização do português. Especificamente, visa (i) analisar o contexto da LP nos PALOP; (ii) debater a relevância do português na expansão dentro e fora dos países; (c) incentivar políticas linguísticas na CPLP que visam internacionalizar o português na África. É uma pesquisa bibliográfica e documental visto que se baseou na análise dos documentos oficiais disponíveis para além das pesquisas que debatem a temática. Da pesquisa se concluiu que é preciso envolver a CPLP e os governos locais no estabelecimento de políticas que visem internacionalizar o português. Seria importante o apoio para que os PALOP produzam dicionários e gramáticas pluricêntricas que consolidariam as realidades sociolinguísticas das variedades africanas do português.Referências
ABDULA, Rajabo Alfredo Mugabo. “O ensino das línguas nacionais como solução para o processo de alfabetização em Moçambique”. Letras Dom Alberto. v.1, n.3, p. 219-232, 2003.
ANGOLA. Constituição da República. Luanda: Assembleia Nacional e Constituinte, 2010.
ANGOLA. Resolução nº 3/87, de 23 de maio de 1987. Diário da República. 23 maio 1987. I Série. nº 41.
BATORÉO, Hanna J. Que gramática(s) temos para estudar o português língua pluricêntrica? Diadorim, Rio de Janeiro, v.16, p.1-15, 2014.
BECKERT, Ronny. Kabuverdianu no sistema educativo em Cabo Verde e o seu status em relação ao português. Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 23, n. 4, p. 1224-1247, out.-dez. 2020.
BEZERRA FERREIRA, José Genival. Cenário da língua portuguesa no Mercosul: o caso da Argentina, do Paraguai e do Uruguai. Revista Latinoamericana de Educación Comparada, v.11, n.17, p. 132-147, 2020.
CABO VERDE. Constituição da República. Praia,1992.
CALVET, Louis-Jean. As Políticas Linguísticas. Florianópolis/São Paulo: Ipol/Parábola, 2007.
CALVET, Louis-Jean. La guerre des langues et les politique linguistiques. Paris: Hachette, 2006.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6.ed. São Paulo:Pearson, 2007.
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. 2013. Estatística da CPLP 2012. Lisboa: INE, I.P
COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA. Estatística da CPLP. 2012. Lisboa: INE, I.P, 2013.
COSTA, Zacarias da. Intervenção do Secretario Executivo da CPLP na visita do Primeiro-Ministro de Portugal. 9 dezembro 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dJI2XLV1nF8>. Acesso em: 20 dez. 2021.
COUTO, Hildo H. do. Política linguística e planejamento linguístico na Guiné-Bissau. Papia v.1, n.2. Brasília. (s.d.) p.47-57.
GUINÉ-EQUATORIAL. Constituição da República. 1995
HOUAISS, António. Dicionário de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Houaiss, 2009
INE. Instituto Nacional de Estatística da Guiné-Bissau. Recenseamento populacional. Bissau. 2009.
KIALANDA, Kialunda Sozinho et al. O kikongo e a cultura do povo bakongo: a cultulinguística nos nomes próprios. Revista Versalete. Curitiba, v. 7, n.12, jan.-jun. 2019.
KUKANDA, Vatomene.“Diversidade linguística em África”. Africana Studia n.3, p.101-117, 2000.
LEVISKI, Charlott Eloize; TIMBANE, Alexandre António. A Guiné-Equatorial no cenário lusófono: política e planejamento linguísticos. in: SOUZA, Sweder; OLMO, Francisco Calvo.(Org.). Línguas em português: a lusofonia numa visão crítica. Porto: U. Porto, 2020. p.119-135.
LOPES, Amália Maria Vera-Cruz de Melo. As línguas de cabo verde uma radiografia sociolinguística. 2011. 586f. (Doutoramento em Linguística). Departamento de Linguística Geral e Românica, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2011.
MINGAS, Amélia Arlete. O pretuguês, o português em/de angola: “é o problema que estamos com ele”. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras, São Francisco do Conde, v.1, n.1, p. 25–37, 2021. Disponível em: <https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/683>. Acesso em: 19 dez. 2021.
MOÇAMBIQUE. Constituição da República. Maputo, Assembleia da República, 2004.
NGUNGA, Armindo et al. Educação bilíngue na província de Gaza: avaliação de um modelo de ensino. Maputo: CEA, 2010.
NGUNGA, Armindo; FAQUIR, Armindo G. Padronização da ortografia de línguas moçambicanas: relatório do III seminário. Maputo: CEA, 2011.
OLIVEIRA, Gilvan Müller de. Política linguística e internacionalização: a língua portuguesa no mundo globalizado do século XXI. Trab. Ling. Aplic., Campinas, v.2, n.52, p. 409-433, jul./dez. 2013.
ORGALIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Empresas Multinacionais, Desenvolvimento E Trabalho Digno: Relatório sobre a promoção e a aplicação da Declaração Tripartida de Princípios sobre Empresas Multinacionais e Política Social em África, 14.ª Reunião Regional Africana, Abidjan, 2019.
OSMAN, Tamer. Why has english the language for all the written materials at the international level? Global.Journal of humain-social Science.v.7, n.6, p.12-26, 2017.
PEREIRA, Dulce. O essencial sobre a língua portuguesa: crioulos de base portuguesa. Lisboa: Caminho, 2006.
RIBEIRO, Valéria Lopes. Uma expansão chinesa na áfrica: comércio, investimentos e fluxos financeiros. Textos de Economia, Florianópolis, v.18, n.1, p.11-36, jan./jun.2015.
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE. Constituição da República Democrática. 1990.
SEVERO, Cristine G. Política (s) linguística(s) e questões de poder. Alfa, São Paulo, v.7, n.2, p.451-473, 2013.
SEVERO, Cristine Gorski; LEVISKI, Charlott Eloize. Internacionalização da língua portuguesa: assimetrias, heterogeneidade e poder. Organon. v.36, n.71, p.1-16, 2019.
SILVA, Augusto Soares da. Variação linguística e pluricentrismo: novos conceitos e descrições. Actas do XIII Congreso Internacional de Lingüística Xeral, Vigo, p.838-845, 2018.
STEPHANOU, Ângela. Os dez principais idiomas africanos mais populares. Pangea: translations experts. 19 jul. 2018. Disponível em: <https://www.pangea.global/blog/2018/07/19/10-most-popular-african-languages/>. Acesso em: 17 dez. 2021.
TIMBANE, Alexandre António. A variação e a mudança lexical da Língua Portuguesa em Moçambique. 318f. (Tese). Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa. Faculdade de Ciências e Letras. Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2013.
TIMBANE, Alexandre António. SANTANA, Yuran Fernandes Domingos; AFONSO, Euclides Victorino Silva. A cultura hip-hop e os angolanismos lexico-semanticos em Yannick Afroman: a língua e a cultura em debate. Afluente, UFMA/Campus III, v.4, n.12, p. 104-128, mai./ago. 2019.
UNESCO. Declaração Universal do Direitos Linguísticos. Barcelona: UNESCO, 1996.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A REPLI utiliza a licença CC BY-NC 4.0 do Creative Commons (CC), preservando assim a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto. A revista permite que o autor retenha os direitos de publicação sem restrições.
A REPLI informa, também, que todos os textos publicados são de autoria de seu(s) autor(es), não cabendo à revista, seus editores ou organizadores nenhuma responsabilidade sobre o conteúdo publicado.