Reflexões sobre a internacionalização da língua portuguesa nos países vizinhos dos PALOP
Palavras-chave:
Língua Portuguesa, Políticas Linguísticas, Vizinhos, PALOPResumo
Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa têm um contexto muito complexo lusofonicamente falando, uma vez que estão ilhados geograficamente. Não existe nenhum PALOP que tenha um vizinho com a mesma língua oficial. Pelo isolamento e interesses acabam se filiando a outras organizações mais próximas como Commonwealth e francofonia. Esta pesquisa visa analisar os contextos da internacionalização da LP em países vizinhos dos PALOP. Especificamente, a pesquisa debater as relações linguísticas e suas políticas linguísticas nas interações entre os vizinhos dos PALOP. Explicar as razões da fraca ou da inexistência da internacionalização da LP e propor caminhos para uma internacionalização mais eficaz. É uma pesquisa bibliográfica e documental visando fazer um levantamento de materiais sobre a temática para além de criticar o papel dos PALOP na difusão na África. Da pesquisa se conclui que nos PALOP não há políticas linguísticas enquanto organização e nem há incentivo por parte dos outros lusófonos para que isso acontece. Os poucos casos de ensino as LP em países vizinhos provêm do esforço e interesse dos governos locais e há falta de condições financeiras para que isso aconteça de forma mais sistemática e eficiente.Referências
ANGONE, Ferdulis Zita Odome. Langue-frontière ou langue-franche. Carnets: revue électronique d’études françaises. Série II, nº 7, p. 173-19, mai 2016.
BANDA, Felix; MWANZA, David Sani. Language-in-education policy and linguistic diversity in Zambia: an alternative explanation to low reading levels among primary school pupils. In: BANJA, Madalitso Khulupirika (ed.). Selected readings in education, p.109-132. Lusaka: University of Zambia Press, 2017.
BARNES, Lawrie; McDULING, Allistair. The future of portuguese in South Africa: mainenace and shift factor. Tylor & Francis Online. v. 26, p. 147-162, 2008.
BARRY, Alpha Ousmane. Le français et les langues nationales en Guinée : complémentarité ou accommodation ? in: NGLASSO-MWATHA, Musanji (Dir.). Le français et les langues partenaires: convivialité et compétitivité. Bordeaux : Presses Universitaires de Bordeaux, 2021, p.45-64. Disponível em: <https://books.openedition.org/pub/42047>. Acesso em: 12 dez. 2021.
BECKERT, Ronny. Kabuverdianu no sistema educativo em Cabo Verde e o seu status em relação ao português. Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 23, n. 4, p. 1224-1247, out.-dez. 2020.
BEZERRA FERREIRA, José Genival. Cenário da língua portuguesa no Mercosul: o caso da Argentina, do Paraguai e do Uruguai. Revista Latinoamericana de Educación Comparada, v.11, n.17, p. 132-147, 2020.
BOSTOCK, William W. South Africa’s Evolving Language Policy: Educational Implications. Journal of Curriculum and Teaching. v. 7, n. 2; p.27-37, 2018. Disponível em:<https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1187814.pdf>. Acesso em: 12 dez.2021.
CALVET, Louis-Jean. Autour d’Uriel Weinreich: langues en contact et sociolinguistique. Gragoatá, Niterói, v.26, n.54, p. 11-25, jan.-abr. 2021.
CALVET, Louis-Jean. La guerre des langues et les politique linguistiques. Paris: Hachette, 2006.
CARVALHO, Ineida Romi Tavares Varela de; SÁ, Alcindo José de. O retorno de emigrantes e o problema de reinserção em Cabo Verde. Revista de Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA, v. 24, n. 2, p.121-135, mai/ago. 2007.
DARRIGOL, Adeline. État des langues en Guinée équatoriale. « État des langues en Guinée équatoriale », Contextes et didactiques. 2016. Disponível em: <https://journals.openedition.org/ced/682>. Acesso em: 12 dez. 2021.
FRENETTE, Yves, et al. Francophonies nord-americaines:langues, frontiêres e idéologies. Laval: Presses de l”Université Laval, 2018.
GORA, Ruth Babra. (Re-)integrating african languages into the zimbabwean school curriculum. In: SHIZHA, E.; MAKUVAZA, N. (Eds.), Re-thinking Postcolonial Education in Sub-Saharan Africa in the 21st Century, 2017, p.141–158.
INE/GB. Instituto Nacional de Estatística da Guiné-Bissau.Recenseamento populacional. Bissau. 2009.
KABALE, Sim Kilosho. Le français et les langues nationales en République démocratique du Congo.In:NGLASSO-MWATHA, Musanji (Dir.). Environnement francophone en milieu plurilingue. Pessac: Presses Universitaires de Bordeaux. 2021, p.405-418. Disponível em:<https://books.openedition.org/pub/35412 >. Acesso em: 12 dez.2021.
KIAMBA, Claude-Ernest. Construction de l’Etat et Politiques de l’Enseignement au Congo-Brazzaville, de 1911 à 1997. Une contribution à l’analyse de l’Action publique en Afrique noire. Histoire, Philosophie et Sociologie des sciences. Institut d’études politiques de Bordeaux; Université Montesquieu - Bordeaux IV, 2007.
KI-ZERBO, Joseph . Para quando África? Entrevista com René Holenstein.Trad. Carlos Aboim de Brito. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.
LABRUNE-BADIANE, Céline. Affirmation d’une identité afro-portugaise et éducation en Casamance fin du XIXe siècle début XXe siècle. Afrika Zamani, Nos 20-21, 2012-2013, p. 131-147. 2014. Disponível em: <https://codesria.org/IMG/pdf/6._badian.pdf?3797/c4b91fd06b4c634ba4e388f5b5341bcd0f55e026>. Acesso em: 12 dez.2021.
LEVISKI, Charlott Eloize; TIMBANE, Alexandre António. A Guiné-Equatorial no cenário lusófono: política e planejamento linguísticos. in: SOUZA, Sweder; OLMO, Francisco Calvo.(Org.). Línguas em português: a lusofonia numa visão crítica. Porto: U. Porto, 2020. p.119-135.
MAKITA, Jean-Claude Makomo. La politique linguistique de la R. D. Congo à l’épreuve du terrain: de l’effort de promotion des langues nationales au surgissement de l’entrelangue. Synergies: afrique des grands lacs. nº2, p.45-61, 2013. Disponível em:<https://gerflint.fr/Base/Afrique_GrandsLacs2/makomo.pdf>. Acesso em: 12 dez.2021.
MAKONI, Sinfree. A critical analysis of the historical and contemporary
status of minority languages in Zimbabwe. Current Issues in Language Planning, v.12, n.4, p.437-455, 2011.
MATIKI, Alfred J. Language Planning and Linguistic Exclusion in the Legislative Process in Malawi. World Congress on language policies. p.1-16, 2002. Disponível em:https://www.linguapax.org/wp-content/uploads/2015/07/CMPL2002_T1_AMatiki.pdf . Acesso em: 12 dez.2021.
NAMIBIA. Ministry of Basic Education, Sport and Culture. The Language Policy for Schools in Namibia, Windhoek: MBESC, 2003. Disponível em:<https://www.moe.gov.na/files/downloads/ec9_Language_Policy%20for%20schools_discussion%20document%202003.pdf.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2021.
NAMONE, Dabana; TIMBANE, Alexandre António. Consequências do ensino da língua portuguesa no ensino fundamental na Guiné-Bissau 43 anos após a independência. Mandinga: Revista de Estudos Linguísticos, Redenção-CE, v. 1, n. 01, p. 39-57, jan./jun.2017.
NGONYANI, Deo. Language shift and national identity in Tanzania. Ufahamu: a journal of africain studies. v. 23, n.2, p.69-92, 1995. Disponível em: <https://escholarship.org/uc/item/8072719q>. Acesso em: 12 dez. 2021.
OSMAN, Tamer. Why has english the language for all the written materials at the international level? Global. Journal of humain-social Science. v.7, n.6, p.12-26, 2017.
PITTON, Liliane Meyer. Visites bilingues à la frontière des langues : la mise en produit d’une situation linguistique pour le tourisme. Langage & Société, n° 163/1, p.11-32, 2018
POPULATIONDATA.NET (2018). Disponível em: <https://www.populationdata.net/pays/guinee-equatoriale/>. Acesso em: 12 dez.2021.
RIBEIRO, Valéria Lopes. Uma expansão chinesa na áfrica: comércio, investimentos e fluxos financeiros.Textos de Economia, Florianópolis, v.18, n.1, p.11-36, jan./jun.2015.
SEVERO, Cristine G. Política (s) linguística(s) e questões de poder. Alfa, São Paulo, v.7, n.2, p.451-473, 2013.
SEVERO, Cristine Gorski; LEVISKI, Charlott Eloize. Internacionalização da língua portuguesa: assimetrias, heterogeneidade e poder. Organon. v.36, n.71, p.1-16, 2019.
STEPHANOU, Angela. Os dez principais idiomas africanos mais populares. Pangea:translations experts. 19 jul.2018. Disponível em: < https://www.pangea.global/blog/2018/07/19/10-most-popular-african-languages/>.Acesso 17 dez. 2021.
TIMBANE, Alexandre A. A variação e a mudança lexical da Língua Portuguesa em Moçambique. 318f. (Tese). Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa.Faculdade de Ciências e Letras. Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2013
UNESCO. Declaração Universal do Direitos Linguísticos. Barcelona: UNESCO, 1996.
UNIVERSITÉ CHEIKH ANTA DIOP. Actes Du Colloque International Enseignement Réciproque Du Français Et Du Portugais En Afrique Occidentale, 6 et 7 décembre 2004, Dakar. Disponível em:<https://www.unilat.org/Data/Publications/71.pdf>. Acesso em: 12 dez.2021.
VELEZ, Rui Manuel Proença Bonita. As Relações entre Portugal e o Zaire (1968-1974). 2015.448f. (Tese). Departamento de História. Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A REPLI utiliza a licença CC BY-NC 4.0 do Creative Commons (CC), preservando assim a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto. A revista permite que o autor retenha os direitos de publicação sem restrições.
A REPLI informa, também, que todos os textos publicados são de autoria de seu(s) autor(es), não cabendo à revista, seus editores ou organizadores nenhuma responsabilidade sobre o conteúdo publicado.