Emprego apoiado na inclusão de pessoas em situação de deficiência significativa
Representações sociais e práticas educativas de consultores
Keywords:
Emprego Apoiado, Representações Sociais, Consultores, Inclusão, Práticas EducativasAbstract
O objetivo do estudo foi investigar representações sociais de Emprego Apoiado (EA) por consultores de EA que trabalham incluindo pessoas em situação de deficiência significativa, e a relação com suas práticas educativas. Tomou-se como referencial teórico-metodológico a Teoria das Representações Sociais (TRS), de Serge Moscovici. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas individuais com 12 consultores e com 17 participantes foi aplicado um Inventário de Práticas Educativas. As entrevistas foram analisadas com apoio da análise de conteúdo e para o Inventário foi criado um indicador para expressar o grau de validade e confiabilidade das respostas, utilizando-se escala Likert. As entrevistas expressaram reivindicação dos consultores por políticas públicas mais efetivas, como aprovação do Projeto de Lei que legitima o EA. O apoio-mediação aparece como uma das maneiras para colocar em prática o modelo biopsicossocial, embora o modelo biomédico ainda apareça em algumas falas. O Inventário mostrou que uma das práticas educativas mais utilizadas é acompanhar o usuário após colocação no emprego e uma das menos utilizadas é gerar relatórios sistemáticos para os atores do EA. A metáfora “divisor de águas” pareceu objetivar a representação do grupo sobre EA, como acontecimento que mudou o rumo da empregabilidade das pessoas em situação de deficiência mais significativa. Para os consultores, o EA foi a “reviravolta” esperada para passar da integração para a inclusão. Os resultados mostram que a transição de enfoque do modelo biomédico para o biopsicossocial pode ter provocado mudanças no pensamento dos consultores, suscitando novas relações entre representações e práticas.
References
Almeida, A. M. O., Santos, M. F. S., & Trindade, Z. A. (2000). Representações e práticas sociais: contribuições teóricas e dificuldades metodológicas. Temas em Psicologia, 8(3), 257-267. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v8n3/v8n3a05.pdf
Almeida, S. A. (2016). Representações sociais das práticas e o papel do professor na inclusão do aluno com Transtorno do Espector Autista na Educação Infantil e exclusão [Tese de Doutorado, Universidade Estácio de Sá].
Alves-Mazzotti, A. J. (2008). Representações sociais: aspectos teóricos e aplicações à educação. Revista Múltiplas Leituras, 1(1), 18-43.
Aranha, M. S. F. (2003). Trabalho e emprego. Instrumento de construção da identidade pessoal e social. Corde.
Backer, P. (1995). Gestão ambiental. A administração verde. Qualitymark.
Barbosa Júnior, O. F. (2018). O emprego apoiado na inclusão de pessoas com deficiência. Um estudo em organizações sociais no Brasil [Dissertação de Mestrado, Pontificia Universidade Católica de Minas Gerais]. Portal Brasileiro de Publicações e Dados Científicos em Acesso Aberto.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.
Betti, A. P (2011). Emprego Apoiado. Agbook.
Betti, A. P. (2014). Perspectivas do emprego apoiado. Revista Deficiência Intelectual, 4(6), p. 12-16.
Bisol, C. A., Pegorini, N. N., & Valentini, C. B. (2017). Pensar a deficiência a partir dos modelos médico, social e pós-social. Caderno de Pesquisa, 24(1), 87-100. http://dx.doi.org/10.18764/2178-2229.v24n1p87-100
Bonici, R. M. C., & Araújo Júnior. C. F (2011). Medindo a satisfação dos estudantes em relação a disciplina on-line de Probabilidade e Estatística.
Brasil (1996). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
Campos, P. H F. (2003). A abordagem estrutural e o estudo das relações entre práticas e representações sociais. In P. H. F. Campos, & M.C. da S. Loureiro (Org.), Representações sociais e práticas educativas (pp. 21-36). UCG.
Campos, P. H. (2012). Representações Sociais, risco e vulnerabilidade. TempusActas de Saúde Coletiva, 6(3), 13-34. https://doi.org/10.18569/tempus.v6i3.1153
Dalmoro, M., & Vieira, K. M. (2013). Dilemas na Construção de Escalas Tipo Likert: o número de itens e a disposição influenciam nos resultados? RGO Revista Gestão Organizacional, 6, 1-14. https://doi.org/10.22277/rgo.v6i3.1386
Diniz, D., Barbosa, L., & Santos, W. R.(2009). Deficiência, direitos humanos e justiça. SUR: Revista Internacional de Direitos Humanos, 6(11), 64-77. https://doi.org/10.1590/S1806-64452009000200004
Duarte, C. S. (2004). Direito público subjetivo e políticas educacionais. São Paulo em Perspectiva, 18(2), 113-118. https://doi.org/10.1590/S0102-88392004000200012
Flament, C., Guimelli, C., & Abric, J. C. (2006). Effets de masquage dans l’expression d’une représentation sociale. Cahiers Internationaux de Psychologie Sociale, 69(1), 15-31. https://doi.org/10.3917/cips.069.0015
Flament. C. (2001). Pratiques sociales et dynamique des représentations. In P. Moliner (Org.), La dynamique des représentations sociales. Pourquoi et comment les représentations se transforment-elles? (pp. 43- 58). Presses Universitaires de Grenoble.
Hammes, I. C., & Nuernberg, A. H. (2015). A inclusão de pessoas com deficiência no contexto do trabalho em Florianópolis: relato de experiência no Sistema Nacional de Emprego. Psicologia: Ciência e Profissão, 35(3), 768-780. http://dx.doi.org/10.1590/1982-3703000212012
Jodelet, D. (2001). Representações sociais: um domínio em expansão. In D. Jodelet (Org.), As representações sociais (pp. 17-44). EdUERJ.
Lima, R. C. P., & Campos, P. H. F. (2020). Núcleo figurativo da representação social: contribuições para a educação. Educação em revista, 36, 1-22, e206886. http://dx.doi.org/10.1590/0102-4698206886
Lima, R. C. P., & Santos, I. S. (2017). Representações sociais e práticas em escola de ensino fundamental: efeitos da unidade de polícia pacificadora (UPP) no Rio de Janeiro. Psicologia e Saber Social, 6(1), 67-86. https://doi.org/10.12957/psi.saber.soc.2017.30666
Lo Monaco, G., & Guimelli, C. (2011). Hegemonic and polemical beliefs: culture and consumption in the social representation of wine. The Spanish Journal of Psychology, 14(1), 237-250. http://dx.doi.org/10.5209/rev_SJOP.2011.v14.n1.21
Mazzotti, T. B. (1998) Investigando os núcleos figurativos como metáforas. Anais da I Jornada Internacional sobre Representações Sociais, 1-12.
Mazzotti, T. B. (2002) Núcleo figurativo. Themata ou metáforas? Psicologia da Educação, 14(14), 105-114. https://revistas.pucsp.br/index.php/psicoeduca/article/view/31923
Mazzotti, T. B. (2008). Doutrinas pedagógicas. Máquinas produtoras de litígios. Poïesis.
Moscovici, S. (2003). Representações sociais. Investigações em psicologia social. Vozes.
Moscovici, S. (2012). A psicanálise, sua imagem, seu público. Vozes.
Paixão, K. M. G (2018). Mediação pedagógica e deficiência intelectual. Em cena a linguagem escrita [Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista]. Repositório Institucional da Unesp. http://hdl.handle.net/11449/153388
Perez, J. S. (2017). Representações sociais de trabalho docente por professores atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental: a relação entre o papel e as práticas [Tese de Doutorado, Universidade Estácio de Sá].
Redig, A. G. (2014). Aplicação e análise de um programa customizado para a inclusão de jovens com deficiência intelectual em atividades laborais [Tese de Doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro]. http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10378
Redig, A. G., & Glat, R. (2017). Programa educacional especializado para capacitação e inclusão no trabalho de pessoas com deficiência intelectual. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 25(95), 330-355. https://doi.org/10.1590/S0104-40362017002500869
Rouquette, M. L. (1998). Representações e práticas sociais. Alguns elementos teóricos. In A. S. P. Moreira, & D. C. de Oliveira (Orgs.), Estudos interdisciplinares de representação social (2ª ed., pp. 39-462). AB.
Sá, C. P. (1998). A construção do objeto de pesquisa em representações sociais. EdUERJ.
Sassaki, R. K. (2003). Vida independente. História, movimento, liderança, conceito, filosofia e fundamentos. RNR.
Sassaki, R. K. (2010). Inclusão. Construindo uma sociedade para todos (8ª ed.). WVA.
Sousa, A. (2000). Emprego Apoiado: uma primeira abordagem. Psicologia, 14(1), 73-82. https://doi.org/10.17575/rpsicol.v14i1.521
Spink, M. J. P. (1993). O estudo empírico da representação social. In M. J. Spink (Org.), O conhecimento no cotidiano. As representações sociais na perspectiva da psicologia social (pp. 85-109). Brasiliense.
Torres, T. L., Camargo, B. V., Boulsfield, A. B., & Silva, A. O. (2015). Representações sociais e crenças normativas sobre envelhecimento. Ciência & Saúde Coletiva, 20(12), 3621-3630. http://doi.org/10.1590/1413-812320152012.01042015
Vygotsky, L. S (2007). A formação social da mente. O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores (7ª ed.). Martins Fontes.
Vygotsky, L. S. (2000). A construção do pensamento e da linguagem. Martins Fontes.
Wolter, R. P., & Sá, C. P. (2013). As relações entre representações e práticas: o caminho esquecido. Revista Internacional de Ciencias Sociales y Humanidades, 23(1-2), 87-105. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=65452530004
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
I declare that the text has not been published and was submitted exclusively to that Journal for publication. I stress that all the ethical procedures demanded in law were respected.
I declare to agree with the cession of the author rights of the article to the journal Psychology and Social Knowing, with its total or partial reproduction in print, magnetic or electronic means being forbidden, without previous written authorization by the Scientific Editor of the Journal.