Mulheres indígenas em centros urbanos
Uma análise das publicações acadêmicas
Palabras clave:
Mulheres Indígenas, Contextos Urbanos, Revisão Integrativa, Invisibilidade Acadêmica, ColonialidadeResumen
Este artigo realiza uma análise de publicações acadêmicas revisadas por pares em periódicos indexados nas bases Scopus e Web of Science, focando na presença de mulheres indígenas em contextos urbanos na América Latina, através de uma revisão integrativa da literatura. A questão central é: "Em quais instâncias as mulheres indígenas em ambientes urbanos têm sido retratadas em publicações acadêmicas ao longo do tempo?". A análise considera país, ano, área de conhecimento e autoria indígena para destacar a visibilidade dessas mulheres como protagonistas e autoras nas pesquisas. O estudo evidencia a invisibilidade histórica e sistemática das mulheres indígenas tanto nas discussões acadêmicas quanto nas políticas e sociais, o que contribui para sua marginalização contínua. Embora tenha havido um aumento de publicações sobre o tema nos últimos dez anos, ainda há lacunas significativas. O artigo enfatiza a necessidade de o campo acadêmico reconhecer a colonialidade que perpetua classificações raciais opressivas, reforçando a invisibilização das mulheres indígenas no meio científico.
Citas
Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade. (2023). III Marcha das Mulheres Indígenas. https://anmiga.org/iii-marcha-das-mulheres-indigenas-2023/
Barbosa, L. P., & Nóbrega, L. N. (2023). A luta das mulheres indígenas na América Latina e a crise ambiental. SER Social, 25(52). https://doi.org/10.26512/ser_social.v25i52.45426
Barreira, M. M. L., Moreira, P. L., & Maia, L. M. (2020) O ciberativismo digital: notas para novas metodologias de pesquisa em psicologia social. In E. Cerqueira-Santos, & L. F. de Araújo (Orgs.), Metodologias e Investigações no Campo da Exclusão Social (pp. 158-188). EDUFP.
Brasil. (2010). Decreto nº 7.234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7234.htm
Brasil. (2012). Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Presidência da República. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm
Calegare, M. G. A. (2010). Abordagens em Psicologia Social e seu ensino. TransFormações em Psicologia, 3(2), 30-53. https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-106X2010000200003
Faustino, R. C., Novak, M. S. J., & Rodrigues, I. C. (2020). O acesso de mulheres indígenas à universidade: trajetórias de lutas, estudos e conquistas. Revista Tempo e Argumento, 12(29), e0103. https://doi.org/10.5965/2175180312292020e0103
Ferenhof, H. A., & Fernandes, Roberto Fabiano. (2016). Desmistificando a revisão de literatura como base para redação científica: método SSF. Revista ACB, 21(3), 550-563. https://revistaacb.emnuvens.com.br/racb/article/view/1194
Fernandes, L., & Ribeiro, D. D. F. (2017). A guinada à esquerda na América Latina: governo Evo Morales, a perspectiva de desenvolvimento e a implementação cidadã. Desafios em tempos de oportunidades.
Friggeri, F. P. (2012). Uma visão do atual “populismo” latino-americano, a partir das perspectivas do Movimento Indígena. Lutas Sociais, (29), 31-44. https://doi.org/10.23925/ls.v0i29.18477
Grosfoguel, R. (2016). A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade &Estado, 31(1), 25-29. https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100003
Krause, V. M., Solomons, N. W., Tucker, K. L., Lopez‐Palacios, C. Y., Ruz, M., & Kuhnlein, H. V. (1992) Rural‐urban variation in the calcium, iron, zinc and copper content of tortillas and intake of these minerals from tortillas by women in Guatemala. Ecology of Food and Nutrition, 28(4), 289-297. http://dx.doi.org/10.1080/03670244.1992.9991282
Lacerda, L. F. B. (2022). Prefácio. In: Articulação Brasileira dos(as) Indígenas Psicólogos[as] (Org.), Pintando a Psicologia de jenipapo e urucum: narrativas de indígenas psicólogos(as) no Brasil (Saberes Tradicionais, v. 5). Casa Leiria.
Lencina, R. (2020). Narrativas de mujeres indígenas: relatos y significaciones sociales sobre la lucha ancestral. Patrimônio e Memória, 16(1), 348-364.
Longhini, G. D. N. (2022). Nhande ayvu é da cor da terra: perspectivas indígenas guarani sobre etnogenocídio, raça, etnia e branquitude [Tese de Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina].
Lugones, M. (2014). Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, 22(3), 935-952. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000300013
Maclean, K. (2018). Envisioning gender, indigeneity and urban change: the case of La Paz, Bolivia. Gender, Place & Culture, 25(5), 711-726. https://doi.org/10.1080/0966369X.2018.1460327
Maclean, K. (2019). Fashion in Bolivia’s cultural economy. International Journal of Cultural Studies, 22(2), 213-228. https://doi.org/10.1177/1367877918821233
Marcha das Mulheres Indígenas. (2021). Documento Final da Marcha das Mulheres Indígenas (2019). InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais, 7(2), 339-345. https://doi.org/10.26512/insurgncia.v8i2.39122
Maritano, O. (2021). From Abya Yala to Kurdistan. Differential Oppositional Consciousness and Decolonizing and Depatriarchalizing Dissident Feminist Articulations. Cuadernos Inter.ca.mbio sobre Centroamérica y el Caribe, 18(2), 254-277. http://dx.doi.org/10.15517/c.a..v18i2.47138
Marrero, L. (2007). Mulheres indígenas Suruí: narrativas sobre saúde e doença relacionadas às experiências sexuais e reprodutivas [Dissertação de Mestrado, Fundação Oswaldo Cruz].
Matos, M. H. O. (2012). Mulheres no movimento indígena: do espaço de complementariedade ao lugar da especificidade. In A. Sacchi & M. M. Gramkow (Orgs.), Gênero e povos indígenas: coletânea de textos produzidos para o "Fazendo Gênero 9" e para a "27ª Reunião Brasileira de Antropologia". Museu do Índio, GIZ, FUNAI.
Mendes, K. D. S., Silveira, R. C. de C. P., & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto: Enfermagem, 17(4), 758-764.
Núñez, G., & Vilharva, N. (2022). Artesanato narrativo e as teias da palavra: Perspectivas Guarani de resistência. Revista Feminismos, 10(2 e 3).
Oliveira, L. A. A. (2016). A formação de professores indígenas nas universidades no âmbito do PROLIND/MEC (2005-2010). In L. A. A. Oliveira (Org.), A questão indígena na educação superior (pp. 9-13, n. 10). Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior no Brasil. https://flacso.org.br/files/2017/12/Caderno-GEA-10-digital.pdf
Priego-Hernández, J. (2016). Sexual health in transition: A social representations study with indigenous Mexican young women. Journal of Health Psychology, 22(5), 661-673. https://doi.org/10.1177/1359105315611954
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In E. Lander (Org.), A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais - perspectivas latino-americanas (pp. 107-30). Clacso.
Reimão, M. E., & Taş, E. O. (2017). Gender Education Gaps among Indigenous and Non‐Indigenous Groups in Bolivia. Development and Change, 48(2), 228-262. https://doi.org/10.1111/dech.12292
Ribeiro, D., Nogueira, C., & Magalhães, S. I. (2021). As ondas feministas: continuidades e descontinuidades no movimento feminista brasileiro. Sul-Sul: Revista de Ciências Humanas e Sociais, 1(3), 57-76. https://doi.org/10.53282/sulsul.v1i03.780
Rodrigues, C., & Freitas, V. G. (2021). Ativismo Feminista Negro no Brasil: do movimento de mulheres negras ao feminismo interseccional. Revista Brasileira De Ciência Política, (34), e238917. https://doi.org/10.1590/0103-3352.2021.34.238917
Scherer-Warren, I. (2013). Redes e movimentos sociais projetando o futuro. Revista Brasileira de Sociologia, 1(1), 187-218. https://doi.org/10.20336/rbs.29
Sepúlveda, D., & Pérez, C. (2022). Mapuche people in academia: Challenging narratives about displaced indigenous identities. Human Arenas, 1-18. https://doi.org/10.1007/s42087-022-00308-4
Smith, L. T. (2018). Descolonizando metodologias: pesquisa e povos indígenas. EUFPR.
Souza, M. T. de., Silva, M. D., & Carvalho, R. C. (2010). Integrative review: what is it? How to do it? Einstein (São Paulo), 8(1), 102-106. https://doi.org/10.1590/s1679-45082010rw1134
Spivak, G. C. (2014). Pode o subalterno falar? Editora UFMG.
Terena, C., & Terena, I. (2022). 2a Marcha das mulheres indígenas. Sens public, SP1656. https://doi.org/10.7202/1098434ar
Tolen, R. (1998). Reinventing Ethnicity in Yucatan. Sex Roles, 39, 643-650. https://doi.org/10.1023/A:1018847831671
Tuxá, E. N. (2022). De onde falo, porquê falo, o que quero falar… In Articulação Brasileira dos(as) Indígenas Psicólogos[as] (Org.), Pintando a Psicologia de jenipapo e urucum: narrativas de indígenas psicólogos(as) no Brasil (Saberes Tradicionais, v. 5). Casa Leiria.
UNESCO. (1998). Conferência mundial de educação superior. http://www.interlegis.gov.br/processo_legislativo/copy_of_20020319150524/20030620161930/20030623111830
Vega, V. G. (2019). Mobility and migratory processes of the Chipaya community towards northern Chile. Si Somos Americanos, 19(2), 7-25.
Viana, M. D. F. M. (2023). O ciberativismo como difusão e resistência da (ciber) cultura indígena no Instagram: o caso de Samela Sateré e Tukumã Pataxó. Cadernos de Aulas do LEA, 12(1), 70-80.
Zapata-Sepúlveda, P., Jara-Labarthé, V., & Espinoza-Verdejo, A. (2014). It all depends on the beholder: decolonizing the concept of gender-based violence against Aymara women in northern Chile. Qualitative inquiry, 20(7), 928-933. https://doi.org/10.1177/1077800414537219
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Declaro que o texto é inédito e foi submetido exclusivamente a essa Revista para fins de publicação. Ressalto que foram respeitados todos os procedimentos éticos exigidos em lei.
Declaro concordar com a cessão dos direitos autorais do artigo à Revista Psicologia e Saber Social, estando vedada sua reprodução, total ou parcial, em meio impresso, magnético ou eletrônico, sem autorização prévia por escrito do Editor Científico da Revista.