Construções de Papéis de Gênero na Doutrina do Santo Daime
Palavras-chave:
Santo daime, Gênero, Hinário O Cruzeiro, Psicologia socialResumo
No hinário “O Cruzeiro”, livro base da doutrina do Santo Daime, a figura da mãe se faz mais presente do que outras figuras femininas. Buscamos elucidar, através da Análise de Conteúdo clássica, de que forma as mulheres aparecem no hinário “O Cruzeiro”. Os resultados da Análise de Conteúdo mostram que algumas figuras aparecem em destaque: a figura do Filho; a figura da Mãe; a figura do Pai; a relação de Pai e Filho; a relação de Mãe e Filho e, adicionalmente, a figura do Filho da Natureza. Essas figuras e as relações entre Pais e Filhos são permeadas por tradicionais lógicas de gênero que estabelecem o lugar da maternidade, da paternidade e do filho. É perceptível a importância do exemplo da família patriarcal cristã que é seguido no Hinário, além de se estabelecer lógicas tradicionais de gênero, em que a ética do cuidado e da justiça prevalecem. Por fim, os resultados contribuem para a produção científica da Psicologia Social sobre as lógicas de gênero existentes no meio religioso sincrético, mais especificamente, o daimista.
Referências
Alves Junior, A. M. (2007). Tambores para a Rainha da Floresta: a inserção da Umbanda no Santo Daime [Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. Repositório PUCSP. https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/2045
Assis, G., & Rodrigues, J. (2017). De quem é a ayahuasca? Notas sobre a patrimonialização de uma “bebida sagrada” amazônica. Religião & Sociedade, 37(3), 46-70. https://doi.org/10.1590/0100-85872017v37n3cap02
Bardin, L. (1979). Análise de conteúdo. Edições 70.
Carson, A. (1995) Entrelaçando consensos: reflexões sobre a dimensão social da identidade de gênero da mulher. Cadernos Pagu, 4, 187-218. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1768
Centro de Iluminação Cristã Luz Universal Flor do Céu. (2002). Hinário “O Cruzeiro”. https://www.mestreirineu.org/FDC/pdf/O_Cruzeiro_Mestre_Raimundo_Irineu_Serra.pdf
Cunha, G. P., & Santos, L. S. (2015). “Não sei, só sei que foi assim!” A percepção popular acerca de Deus, do Demônio e dos Santos no Auto da Compadecida. Protestantismo em Revista, 38, 40-58. http://periodicos.est.edu.br/index.php/nepp/article/view/2502
D’Incao, M. A. (1989). O amor romântico e a família burguesa. In M. A. D’Incao (Org.), Amor e família no Brasil (pp. 57-71). Contexto.
Gilligan, C. (1982). Conceitos do eu e de moralidade, In C. Gilligan, Uma voz diferente (pp. 75-116). Rosa dos Tempos.
Jaggar, A. (1996). Ética feminista: algunos temas para los años noventa. In C. Carme, Perspectivas feministas en teoría política (pp. 167-184). Paidós.
Jelin, E. (2001). Los trabajos de la memoria. Siglo Veintiuno editores.
Abreu Júnior, J. S. A. (2016). A Cura No Santo Daime: Concepções de saúde e doença nas linhas do Alto Santo [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal da Bahia]. Repositório Institucional da UFBA. https://repositorio.ufba.br/handle/ri/30644
King, Y. (1997). Curando as feridas: Feminismo, Ecologia e Dualismo Natureza/Cultura. In A. Jaggar, Gênero, Corpo e Conhecimento (pp. 126-156). Rosa dos Tempos.
Kymlicka, W. (2006). O feminismo. In W. Kymlicka, Filosofia Política Contemporânea (pp. 303-372). Martins Fontes.
Labate, B., & Pacheco, G. (2005). As origens históricas do santo daime. In R. Venâncio, H. Carneiro, Álcool e drogas na história do Brasil (pp. 231-255). PUCMinas. https://www.bialabate.net/wp-content/uploads/2010/10/Labate_Pacheco_Origens_Historicas_Santo_Daime_20052.pdf
Nascimento, A. R. A., Gianordoli-Nascimento, I. F.; Trindade, Z. A. (2008). A representação social do trabalho feminino para homens casados. Mental, 6(11), 145-164. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-44272008000200009&lng=pt&nrm=iso
Perrot, M. (2005). As mulheres, ou, os silêncios da história. EDUSC.
Priore, M. (1989) O corpo feminino e o amor: um olhar. In M. A. D'Incao, Amor e Família no Brasil (pp. 31-56). Contexto.
Rabelo, K. B. (2013). Daime Música: identidades, transformações e eficácia na música da Doutrina Daime [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais]. Repositório Institucional da UFMG. http://hdl.handle.net/1843/AAGS-9RUHVR
Ribeiro, F. S., & Cruz, F. M. L. (2013). Representações sociais de família por crianças na cidade de Recife. Psicologia & Sociedade, 25(3), 612-622. https://doi.org/10.1590/S0102-71822013000300015
Rosa Saque, L. (2020). A Virgem da Conceição na doutrina do Santo Daime: A construção de um mito fundacional sob a ótica do princípio pluralista. Sacrilegens, 17(2), 169-180. https://doi.org/10.34019/2237-6151.2020.v17.32693
Trigo, M. H. B. (1989). Amor e casamento no século XX. In M. A. D’Incao et al. (Orgs.), Amor e família no Brasil, (pp. 88-94). Contexto.
Trindade, Z. A., Nascimento, A. R. A.; Gianordoli-Nascimento, I. F. (2006) Resistência e mudança: representações de homens e mulheres ideais. In Â. M. Oliveira, M. F. Santos, G. Diniz, & Z. Trindade (Orgs.), Violência, exclusão social e desenvolvimento humano: estudos em representações sociais (pp. 187-214). Universidade de Brasília.
Tronto, J. C. (1997). Mulheres e cuidados: o que as feministas podem aprender sobremoralidade a partir disso? In A. Jaggar, & S. Bordo, Gênero, corpo e conhecimento (pp. 186-203). Rosa dos Tempos.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Declaro que o texto é inédito e foi submetido exclusivamente a essa Revista para fins de publicação. Ressalto que foram respeitados todos os procedimentos éticos exigidos em lei.
Declaro concordar com a cessão dos direitos autorais do artigo à Revista Psicologia e Saber Social, estando vedada sua reprodução, total ou parcial, em meio impresso, magnético ou eletrônico, sem autorização prévia por escrito do Editor Científico da Revista.