Estratégias de enfrentamento na COVID-19 e sua conexão com saúde mental dos profissionais de saúde
Palavras-chave:
Estratégias de Enfrentamento, COVID-19, Profissionais de Saúde, Saúde Mental, PandemiaResumo
O estudo investigou a saúde mental dos profissionais da saúde durante o segundo ano da pandemia da COVID-19, destacando quais estratégias de enfrentamento utilizaram e quais suas percepções sobre si mesmos e sobre a situação geral. Além disso, foram medidos alguns parâmetros de saúde mental, como estresse, ansiedade, depressão, resiliência e burnout. Participaram 53 profissionais, sendo a maioria do gênero feminino (79%), com idade média de 34 anos (variando entre 23 e 60 anos, DP= 10,8). Destes, 17 são médicos (32%), 14 fisioterapeutas (26%), 11 equipe de enfermagem (20%), e 11 psicólogos (20%). O estudo foi dividido em duas etapas: a primeira consistiu em questionário online com dados sociodemográficos, Inventário Brief Cope, Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21), Escala Breve de Resiliência e Inventário Oldenburg de Burnout (OLBI). A segunda etapa consistiu em perguntas abertas sobre estratégias de enfrentamento utilizadas, como avaliaram sua saúde mental durante este período, entre outras. De forma geral, os resultados evidenciaram que os participantes não apresentaram médias críticas para saúde mental. As estratégias mais utilizadas foram Coping Ativo, Reinterpretação Positiva e Aceitação, enquanto a menos utilizada foi Desinvestimento Comportamental. O relato qualitativo dos participantes destaca um período de alto nível de estresse e muitos estressores do ambiente como fatores de risco. Em termos de fatores de proteção para a saúde, foi observado o uso de estratégias como distração e autocuidado.
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