Por trás dos ataques em escolas no Brasil

culpabilização de jogos violentos e justificação do sistema

Autores

  • Tatiana Cavalcanti de Albuquerque Leal
  • Ingrid Dandara Gomes Marinho

Palavras-chave:

Ataques Escolares, Jogos de Videogame, Justificação do Sistema, Atribuição de Causalidades

Resumo

Nos últimos anos, o Brasil, historicamente não associado a ataques escolares, viu um aumento preocupante desses eventos. Este cenário intensificou o debate sobre o papel dos jogos violentos de videogame na formação do comportamento agressivo e na perpetuação da violência entre os jovens. Muitos culpam os videogames por esses ataques, embora a comunidade científica ainda não tenha chegado a um consenso sobre essa relação. Atribuir a causa dos ataques aos jogos violentos pode desviar a atenção de questões macrossociais, como o acesso às armas e ideologias extremistas, e ser uma forma de justificar o sistema. Assim, este estudo teve como objetivo investigar se a justificação do sistema prediz a atribuição da causa dos ataques em escolas a jogos violentos. A amostra incluiu 110 participantes entre 18 e 77 anos (M = 30,8; DP = 9,8). Os resultados revelaram que a justificação do sistema prediz significativamente a atribuição da causa dos ataques a jogos violentos. Esses achados indicam que quanto maior é a propensão dos participantes para justificar o sistema, mais forte a crença de que jogos violentos são responsáveis pelos ataques. Culpar os jogos violentos pode refletir uma necessidade psicológica de manter uma visão de mundo onde o sistema é justo, atribuindo falhas a fatores individuais ou psicológicos. Isso desvia a atenção de questões mais complexas e sistêmicas, como o acesso às armas de fogo ou a influência de ideologias extremistas.

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Publicado

01.01.2022

Como Citar

Leal , T. C. de A., & Marinho, I. D. G. (2022). Por trás dos ataques em escolas no Brasil: culpabilização de jogos violentos e justificação do sistema. Psicologia E Saber Social, 11(1), 368–396. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/psi-sabersocial/article/view/87120

Edição

v. 11 n. 1 (2022): JAN-JUN

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Artigos

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