DIÁLOGOS ENTRE A MORTE E A AUTOLEGITIMAÇÃO DA VIDA
DOI:
https://doi.org/10.12957/polemica.2020.55972Resumo
Resumo: Este artigo objetiva uma melhor compreensão da morte a partir do fenômeno do suicídio. O suicídio se apresenta como um analisador desta discussão, pois compreende-se como a fuga, pela morte, a uma aniquilação presente em vida. O artigo se utiliza, principalmente: dos estudos de Karl Menninger (1938/2018) sobre comportamentos autodestrutivos, tais como automutilação e acidentes propositais; da experiência de Elisabeth Kluber-Ross (1969/1981) com pacientes terminais e de suas impressões sobre a lida de pessoas próximas e da equipe médica desses pacientes com o estreitamento da morte; e da análise de Maria Julia Kovács (1992) acerca da morte durante o desenvolvimento humano, bem como das mudanças de significação do corpo morto, no decorrer dos séculos; juntamente com demais autores para complementar a sustentação teórica do artigo. Com eles, argumenta-se que os comportamentos autodestrutivos buscam, muitas vezes, a preservação do sujeito, ao invés de seu total aniquilamento, e que a retirada da morte de seu lugar inacessível na cultura é uma das possíveis formas de evitá-la. A partir disso, conclui-se que a preservação da vida a todo custo promove mais morte do que vida e aniquilamento de subjetividade, que poderia ser considerada uma morte em vida, como nos dirá Kovács (1992). A evitação da morte propõe sua negação e mudez em torno de comportamentos supostamente destrutivos relacionados a ela.
Palavras-chave: Suicídio. Morte. Autoaniquilamento.
Abstract: This article intends to provide a better understanding of death through the phenomenon of suicide. Suicide presents itself as an analyzer of this discussion, once it is read as the escape, through death, from an annihilation of life. In this article, it is mainly used Karl Menninger's (1938/2018) studies on self-destructive behaviors, such as self-mutilation and purposed accidents, Elisabeth Kluber-Ross' (1969/1981) experience with terminally ill patients and her impressions about the way the closed ones and the medical staff of the patients deal with the narrowing of death, and Maria Julia Kovács’ (1992) analysis over death during the human development and the changes of the significations of the dead body throughout the centuries, along with other authors. With them, it is argued that self-destructive behaviors often seek the preservation of the subject rather than its total annihilation, and that the removal of death from its inaccessible and denied place in culture is one of the possible ways to avoid it. Finally, it is concluded that the preservation of life at all costs promotes more death than life and annihilation of subjectivity, that could be considered a death in life, as Kovács (1992) will report. The avoiding of death proposes its denial and muteness around supposedly destructive behaviors related to it.
Keywords: Suicide. Death. Self-annihilation.
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