MÁQUINAS DE ESCRITA: SOBRE A INTRODUÇÃO DA ESCRITA ALFABÉTICA PELAS “ESCOLAS INDÍGENAS”
DOI:
https://doi.org/10.12957/polemica.2017.34307Resumo
DOI:10.12957/polemica.2017.34307
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Resumo: Neste artigo trata-se da introdução da escrita alfabética aos indígenas amazônicos através da implementação de escolas em suas aldeias. Pensa-se a escrita, a partir de Deleuze e Guattari, como sobrecodificadora ao submeter a voz à grafia. Entre os indígenas, elas têm uma relação de suplementaridade: a voz e a expressão gráfica. Na escrita alfabética, que na formação do Ocidente tem estreita relação com o Estado, a grafia submete a voz através de uma relação de representação. Para tratar como alguns indígenas lidam com a questão da escrita, da escola e, portanto, do Estado, recorre-se a exemplos de etnografias dos Huni Kuin, Cuna, Piro, Bakairi e Apurinã. Observa-se que em todos eles há casos de práticas “contra a escrita”, no sentido de Pierre Clastres, de “sociedades contra o Estado”. Cada um, a sua maneira, cria mecanismos concretos de manutenção da separação voz-grafismo.
Palavras-chave: Voz e grafismo. Escolarização dos indígenas. Xamanismo e escrita.
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Abstract: In this article I deal with the introduction of alphabetic writing to Amazon indigenous people through the implementation of schools in their villages. I think of writing, from Deleuze and Guattari’s perspective, as an over-coder subordinating the voice. Among the natives there’s a relation of supplementarity between their graphic expression and the voice. Alphabetic writing has a close relation with the State in the West. Writing submits the voice through a relation of representation. In order to see how natives deal with the question of writing, school (the state), I use examples from ethnographies of Huni Kuin, Cradle, Piro, Bakairi, and Apurinan. I noticed that in all of them there are cases of practices "against writing", in the sense of Pierre Clastres concept of "societies against the State". Each one of them in their own way creates concrete mechanisms for maintaining the separation of voice and graphics.
Keywords: Voice and writing. Indigenous people schooling. Shamanism and writing.
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