A HIPERFORMATIVIDADE E SUAS DISPERSÕES: RACIONALIDADES FORMATIVAS PARA ALÉM DA ESCOLARIZAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.12957/polemica.2017.29596Resumen
DOI: 10.12957/polemica.2017.29596
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O estudo analisa, partindo sobretudo de algumas reflexões realizadas por Michel Foucault, aquilo que denomina hiperformatividade: a maneira pela qual os discursos da formação, compreendida como ato de interferência educativa nos modos de existir, tem se difundido para bem além dos espaços formais de escolarização. Para isso, delineia diferentes modos de dispersão dos enunciados que formam o dispositivo formativo na atualidade. Partindo-se da análise de documentos legais e de reportagens veiculadas pela revista Veja, foram mapeados movimentos de espalhamento que parecem estar na base de certa cultura hiperformativa na contemporaneidade: dispersões pela complexidade, que ampliam o espectro de saberes fundamentais à formação; pela (auto)qualificação do ato formativo, que funcionam pela qualificação e mensurabilidade da própria ação de formação; pela liquidez das aquisições formativas, que tornam efêmeras as conquistas de formação, fazendo do preparo um movimento de sucessivos reinícios; e pelo engajamento individual, que constroem um senso de responsabilidade diante do mundo e da coletividade, estabelecendo as aquisições formativas necessárias a sua consecução. Tais dispersões constroem formas de integração entre formatividade, laboralidade e modos de existir, dando à noção de formação um sentido de preparo bem atento aos ideais mercadológicos dos discursos de matriz neoliberal, que precisa ser foco de estudos que se debrucem sobre a formatividade contemporânea.
Palavras-chave: Políticas educacionais. Dispositivo formativo. Dispersões formativas. Hiperformatividade.
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Abstract: The study analyzes, based on Michel Foucault’s studies, what it could be called “hiperformativiness”: the way formation discourses, understood as acts of educational interference in modes of existence, it has spread beyond the formal schooling spaces. In this way, the article draws different means of dispersion of the statements that shape the formation device today. Starting from the analysis of legal documents and articles published by Veja magazine, spreading movements were mapped. They seem to be at the heart of certain hiperformative culture in contemporary society. There are dispersions by complexity, which expand the spectrum of basic knowledge about formation; dispersions by the formative (self)qualification, which work by the maximization and measurability of the formation act; dispersions by the liquidity of formative acquisitions that make ephemeral formation achievements, turning the preparation process on a movement of successive restarts; and dispersions by the individual engagement that build a sense of responsibility before the world and the community, establishing the formation acquisitions necessary to achieve them. Such dispersions build forms of integration between formativeness, labor activities and ways to exist, giving the notion of formation a sense of careful preparation to Market ideals, common in the discourse of neoliberal matrix, which must be the focus of studies to look into the contemporary formativeness.
Keywords: Educational policies. Formation device. Formative dispersions. Hiperformativiness.
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