PROMESSAS DO MUNDO DO TRABALHO CONTEMPORÂNEO E SUAS ARMADILHAS – A ROUPA NOVA DO IMPERADOR EM TEMPOS HIPERMODERNOS

Autores

  • Giovana Fagundes Luczinski
  • Ariane Patrícia Ewald

DOI:

https://doi.org/10.12957/polemica.2016.25204

Resumo

Resumo

DOI: 10.12957/polemica.2016.25204
----------
Este artigo empreende uma reflexão crítica sobre o “ideal” de trabalho disseminado na sociedade contemporânea, cujo estilo de vida está pautado no capitalismo flexível como fonte de satisfação profissional, que supostamente traria maior liberdade e autenticidade. Este discurso, fortemente presente na literatura de gestão e em diversos setores da sociedade, vem sendo propagado desde meados dos anos 1970, reforçando o “novo espírito do capitalismo”. Apesar da sua força no imaginário social, essas aspirações se tornaram ainda mais difíceis de alcançar na atualidade, por se inserirem em um mercado instável, fruto de uma economia globalizada. Partindo do referencial da Psicologia Social de cunho fenomenológico, com um aporte interdisciplinar, análises críticas sobre o mundo do trabalho são colocadas em diálogo, descortinando ideais, injunções e sintomas que pesam sobre os profissionais. Percebem-se, então, os diversos paradoxos que permeiam a chamada hipermodernidade, nos quais se mostra a outra face do profissional ideal, irreal como o traje do conto A roupa nova do imperador. A contrapartida de um indivíduo flexível, autônomo e multitarefa é um trabalhador angustiado, inseguro de si e da sua função, o qual, na tentativa de realizar o que se espera em um contexto superexigente, coloca em risco sua saúde e sua vida pessoal. Este texto busca evidenciar este processo, pontuando seus custos e a necessidade de desenvolver ações e caminhos para novas formas de se viver e trabalhar.

Palavras-chave: Trabalho. Psicologia. Liberdade. Hipermodernidade.

----------

Abstract: This article proposes a critical reflection about the "ideal" work widespread in the contemporary society, whose lifestyle is guided by flexible capitalism as a source of professional satisfaction that would supposedly bring greater freedom and authenticity. This speech, strongly present in management literature and in many sectors of society, has been spread since the mid-1970s, reinforcing the "new spirit of capitalism." Despite its force in the social imaginary, nowadays, these desires have become more difficult to achieve inside an instable market, in a global economy. Using the theoretical framework of Phenomenological Social Psychology, with an interdisciplinary support, some critical analysis about the professional world are placed together, in dialogue, revealing ideals, injunctions and symptoms affecting the workers. It shows many paradoxes that permeate the so called hypermodernity, in which appears the other side of the ideal professional, so unreal as the clothes of the history The emperor's new clothes. The other side of a flexible, autonomous, multitasking person is a distressed worker, unsure of himself and his function, who, in an attempt to achieve what is expected in a demanding context, endangers his health and his personal life. This text aims to show this process, punctuating its cost and the need of developing actions and paths towards new ways of living and working.Keywords: Work. Psychology. Freedom. Hypermodernity.

 

 


Biografia do Autor

Giovana Fagundes Luczinski

Psicóloga. Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e doutoranda em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: giovana.luczinski@gmail.com.

 

Ariane Patrícia Ewald

Professora do curso de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social. E-mail: arianeuerj@yahoo.com.br.


Publicado

2016-08-24

Como Citar

Luczinski, G. F., & Patrícia Ewald, A. (2016). PROMESSAS DO MUNDO DO TRABALHO CONTEMPORÂNEO E SUAS ARMADILHAS – A ROUPA NOVA DO IMPERADOR EM TEMPOS HIPERMODERNOS. POLÊM!CA, 16(3), 073–091. https://doi.org/10.12957/polemica.2016.25204

Edição

Seção

QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS