O racismo cotidiano e a poética decolonial em Navio negreiro, de Maria Duda
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.90238Palavras-chave:
decolonialidade, poesia, Maria Duda, racismo cotidiano, poética da RelaçãoResumo
Mesmo no século XXI observam-se resquícios do colonialismo no contexto brasileiro. Esse fenômeno, descrito pelos estudos decoloniais (Quijano, 2005) (Vergès, 2020) como colonialidade, torna necessário um giro epistêmico que valorize os modos de saber, ser, poder, ver e sentir apagados pela herança colonial. Tal guinada decolonial pode ser observada também na Literatura. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo analisar de que forma a coletânea Navio negreiro (2019), da slammer Maria Duda, apresenta uma poética decolonial. Para tanto recorreremos aos conceitos de poética da Relação (Glissant, 2022) e racismo cotidiano (Kilomba, 2019) a fim de analisar como sua estratégia discursiva de enfrentamento do racismo convoca sua audiência e seus leitores para a luta antirracista e decolonial.
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