Um novo sistema literário se consolida: uma análise das obras de escritoras negras entre 2003 e 2023

Virgínea Novack; Gabriel Chagas

doi:10.12957/palimpsesto.2025.89446

Autores

Virgínea Novack Pontifícia Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PUC-RS) https://orcid.org/0000-0002-3089-3298
Gabriel Chagas Marist University - New York https://orcid.org/0000-0002-1681-8347

DOI:

https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.89446

Palavras-chave:

literatura brasileira, Feminismo negro, Autoria de mulheres negras, decolonialidade, interseccionalidade

Resumo

Com a aprovação das leis 10.639/2003 (ensino de história e cultura afro-brasileira) e 12.711/2012 (cotas), a discussão racial no Brasil assumiu novos contornos. Neste artigo, analisamos o período entre 2003 e 2023, sugerindo que houve nessas décadas a consolidação de um novo sistema literário de mulheres negras no Brasil. Pretendemos, com isso, contribuir para a compreensão da literatura contemporânea do país sob a perspectiva de raça e gênero, explorando a hipótese de que tais avanços sociais culminaram na consolidação de um novo sistema literário composto por mulheres negras. A partir do portal LiterAfro, utilizamos o método quantitativo para construir uma base de dados a respeito da produção de autoras negras nas duas primeiras décadas do século XXI. Nosso estudo segue a tradição teórica da decolonialidade, sustentando-se também na crítica literária afro-brasileira e nos estudos interseccionais.

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Biografia do Autor

Virgínea Novack, Pontifícia Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

Doutora e mestra pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) na área de Teoria da Literatura. Graduada em Letras, habilitação Português e Literatura, pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Coordenadora do Grupo de estudos: LEITURAS PLURAIS: Mulheres e literatura brasileira contemporânea As áreas de interesse e desenvolvimento de pesquisa são História da literatura, história das mulheres e estudos de feminismo/gênero.

Gabriel Chagas, Marist University - New York

Graduado em Letras - Português/Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dignidade acadêmica Magna Cum Laude (UFRJ, 2017). É mestre em Literatura Comparada (UFRJ, 2019) e recebeu o 1 lugar do Prêmio Antônio Candido de melhor dissertação de mestrado do Brasil (ANPOLL, 2020). É doutor em Literatura Comparada com a tese intitulada Desabrigo: Raça e gênero na ficção de Lima Barreto e Langston Hughes (UFRJ, 2023), indicada para o Prêmio Nacional de Teses da CAPES 2024. Atualmente, realiza seu segundo doutorado no programa de Ph.D. em Estudos Linguísticos, Literários e Culturais na University of Miami (UM), nos Estados Unidos, onde leciona Língua Portuguesa, Literaturas Luso-Afro-Brasileiras e Estudos Americanos. Também realizou intercâmbio no instituto Kaplan International Colleges - Berkeley (KIC) na Califórnia e integrou o grupo de pesquisa intitulado A Belle Époque: seus avessos, centros e margens da UFRJ. Foi premiado com a University of Miami Fellowship por distinção acadêmica (2021) e com a Teaching Fellowship do departamento de Estudos Americanos da University of Miami (2024). Recebeu em Miami o 1 lugar do prêmio de melhor pesquisa na área de Humanidades e Artes com o trabalho The Flaws of American Dream and The Violence of a Tropical Paradise (2023). Em 2024, foi premiado com a bolsa de distinção acadêmica do Institute for Advanced Study of the Americas da University of Miami (UMIA/UM) e com a bolsa de suporte à pesquisa do Center for Global Black Studies (CGBS/UM). Recebeu ainda uma travel grant para pesquisadores convidados no Center for Latin American, Caribbean, and Latinx Studies da Vanderbilt University, nos Estados Unidos. Atua nas áreas de Estudos Culturais e Literatura Comparada, com especial interesse na diáspora africana e nas formações nacionais das Américas em perspectiva multidisciplinar. Pesquisa a obra de escritores negros do século XX no Brasil, nos Estados Unidos e na Colômbia, à luz de teorias contemporâneas, como decolonialidade, racismo estrutural e interseccionalidade. Pela University of Miami, possui também certificação em Estudos do Caribe, focada na questão afrodiaspórica e seus desdobramentos nas Américas. Tem conhecimentos de Português, Inglês, Francês e Espanhol, atuando como professor e tradutor. Foi membro do Lectures Committee e do Center for Humanities da University of Miami e atua como pesquisador do Laboratório Estudos Negros do Programa Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ. É autor dos livros O encantador de histórias (Editora Multifoco, 2015) e Pérolas Negras na Periferia (Pontes Editores, 2023), além de ter publicado 13 artigos em diferentes revistas acadêmicas no Brasil, nos Estados Unidos e em Portugal. Já foi organizador da Revista Mulemba (UFRJ) e Metamorfoses (UFRJ), além de ter sido destaque nas revistas norte-americanas Voyage MIA, Shoutout Miami e Bold Journey. Com Beatriz Resende, é responsável pela concepção e apresentação do Podcast Lima Barreto: O negro é a cor mais cortante, do Instituto Moreira Salles (IMS). Também pelo IMS, é o responsável pelo perfil de Machado de Assis no Portal da Crônica Brasileira.

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