Os cômodos do fantástico no conto Casa tomada de Júlio Cortázar
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.86795Palavras-chave:
Fantástico, Casa tomada, Júlio CortázarResumo
O fantástico é reconhecido em uma narrativa pela incursão de algo estranho, extraordinário, que insere um conflito no cotidiano representado, no contexto familiar e verossímil. Tomando por base essa afirmação, o presente artigo discute o fantástico e sua construção no conto Casa tomada, de Júlio Cortázar, colocando luz sobre os elementos que compõem o relato fantástico: a realidade, o impossível, o medo, a linguagem e ainda a importância do narrador. Os pressupostos teóricos de Roas (2014), Furtado (1980) e Camarani (2014) fundamentam esse percurso, além de subsidiarem a análise da presença do leitor e de seus desdobramentos diante do insólito anunciado. A identificação desses elementos fantásticos possibilitou refletir sobre um contexto de opressão vivenciado pelos personagens, tão caro a esse gênero narrativo.
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