O jornalista romancista em Nove noites
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.83901Palavras-chave:
literatura contemporânea, autoficção, jornalismo., narrador, Bernardo CarvalhoResumo
O presente trabalho analisa a obra Nove noites (2016), do jornalista e romancista Bernardo Carvalho, no intuito de encontrar estratégias autoficcionais em sua elaboração. Entendemos a autoficção como uma modalidade de escrita do eu que surgiu como uma tendência de certa mentalidade contemporânea (Klinger, 2012). Cientes de que Carvalho se apropria do real na obra citada, pois insere e até brinca com dados factuais, refletiremos sobre a indicialidade jornalística e a verossimilhança ficcional, a fim de compreender como o jornalista-romancista trabalha com ambas. Nesta perspectiva, demonstraremos como o narrador de Nove noites apresenta estratégias autoficcionais, carregadas de biografemas (Barthes, 1984) e de uma performance. (Klinger, 2012). Os limites entre o real e o ficcional são, portanto, o que move a nossa pesquisa.
Referências
BARTHES, Roland. Câmara clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
BULHÕES, Marcelo. Mídia e literatura: tematizações, correlativos, conexões. Revista Líbero. São Paulo, n. 29, v. 15, p. 101-110, 2012.
CARVALHO, Bernardo. Bernardo Carvalho e a literatura. Entrevista concedida a Marco Sanchez. [30 out. 2011]. Bonn: Deutsche Welle, 2011. Ilustrada online. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/bernardo-carvalho-e-a-literatura-como-ant%C3%ADdoto-da-banalidade/a-15352025 . Acesso em: 23 jan. 2024.
CARVALHO, Bernardo. Nove noites. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
CARVALHO, Bernardo. A trama traiçoeira de "Nove noites". Entrevista concedia a Flavio Moura. [sem data]. São Paulo: Folha da Manhã S/A, 2002a. Ilustrada online. Disponível em: https://www.scribd.com/document/474947401/Entrevista-de-Bernardo-Carvalho-a-Flavio-Moura-pdf . Acesso em: 23 jan. 2024.
DOUBROVSKY, Serge. O último eu. In: NORONHA, Jovita M. G (Org). Ensaios sobre a autoficção. Belo Horizonte: Editora UFMG, p.111-125, 2014.
FAEDRICH, Anna. O conceito de autoficção: demarcações a partir da literatura brasileira. Itinerários, Araraquara, n. 40, p. 45-60, jan./jun, 2015.
JUNGBLUT, Helena. Quando a palavra não basta: a presença do escritor em romances contemporâneos brasileiros. 2019. 216 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2019.
KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro: o retorno do autor e a virada etnográfica. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2012.
KLINGER, Diana. Escrita de si como performance. Revista Brasileira de Literatura Comparada. São Paulo, n. 12, p. 11-30, 2008.
NORONHA, Jovita Maria Gerheim (Org). Ensaios sobre a autoficção. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
SCHØLLHAMMER, Karl Erik. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista Palimpsesto publica artigos e resenhas inéditos, referentes as áreas de Letras e Linguística. Publica volumes mistos e/ou temáticos, com artigos e resenhas em português, inglês, espanhol e francês.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Palimpsesto utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.