A maternidade compulsória em posts da revista Marie Claire: entre o amor, o ódio e a contradição
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.83870Palavras-chave:
Sujeito mulher/mãe, Discurso, Paráfrase, Desidentificação, Maternidade compulsóriaResumo
Este estudo se propõe a refletir sobre os processos de produção de sentidos em textos-imagem indexados a uma reportagem da revista Marie Claire-Brasil intitulada Odeio a maternidade, mas amo a minha filha: é preciso falar sobre os arrependimentos em torno do ser mãe (em 16/06/2023) buscando compreender como se dá a resistência aos modos de naturalização na/da maternidade, bem como a constituição do sujeito mulher/mãe, como sempre dividido. Nos amparamos na perspectiva da Análise do Discurso de linha franco-brasileira de Michel Pêcheux e relida por Eni Orlandi, no Brasil. Perguntamo-nos sobre a (re)produção de sentidos sobre o “ser e não ser mãe”, considerando a maternidade imposta, “romantizada” ou compulsória, como parte de um conflito de sentidos e saberes, instaurando a resistência, deslocando sentidos.
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