O jogo do texto em O criado-mudo, de Edgard Telles Ribeiro

Thaís Fernandes Velloso

doi:10.12957/palimpsesto.2025.81698

Autores

Thaís Fernandes Velloso Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0009-0006-1682-7450

DOI:

https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2025.81698

Palavras-chave:

literatura, ficção, técnica narrativa

Resumo

Este trabalho explora técnicas como a multiperspectivação e o dialogismo, utilizadas na composição da narrativa O criado-mudo, primeiro romance de Edgard Telles Ribeiro. O artigo aborda a temporalidade do romance, constituída por cortes e flashbacks que evidenciam uma ausência cronológica, e analisa a relevância de um estilo próprio e consciente de escrita literária. Com o objetivo de investigar como o texto literário pode ser concebido a partir dessas técnicas e da participação do leitor no “jogo do texto”, denominação proposta por Iser em O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia literária (2013), recorremos aos estudos de Mikhail Bakhtin, Ronaldes de Melo e Souza, Autran Dourado e Wolfgang Iser.

Biografia do Autor

Thaís Fernandes Velloso, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda em Literatura Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Literatura Brasileira e Graduada em Licenciatura em Letras (Português-Literaturas) pela mesma instituição. Premiada pela Academia Carioca de Letras no Concurso de Ensaios Machadianos promovido em 2016. Bolsista da CAPES, atualmente pesquisa autoria feminina e questões de gênero na literatura, com foco nas crônicas da escritora paraense Eneida de Moraes, e a relação da literatura com a urbanidade e com as culturas populares, em especial o Carnaval carioca. É professora com experiência nos Ensinos Fundamental e Médio, em âmbito federal e privado, com destaque para a atuação no Colégio Pedro II, onde desenvolveu projeto sobre Personalidades Negras no Samba-Enredo. Foi revisora e posteriormente editora-assistente da revista Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea da UFRJ durante seis anos e revisa com regularidade textos acadêmicos, publicitários e literários desde 2014. Ministrou cursos livres online a respeito da obra machadiana ao longo de 2020 e 2021. Mantém um blog pessoal com textos autorais e tem crônicas e contos publicados em antologia, coletâneas e revistas literárias.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Teoria do romance I: A estilística. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2015.

CANDIDO, Antonio. Prefácio. In: RIBEIRO, Edgard Telles. O livro das pequenas infidelidades. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1994.

DOURADO, Autran. Uma poética de romance: matéria de carpintaria. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

ISER, Wolgang. O fictício e o imaginário: perspectivas de uma antropologia literária. Tradução de Johannes Kretschmer. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013 [1996].

RIBEIRO, Edgard Telles. O criado-mudo. Rio de Janeiro: Record, 1991.

RIBEIRO, Edgard Telles. A literatura da concórdia. Plástico Bolha, ano 3, n. 22, jun.-jul. 2008. Entrevista concedida a Paulo Gravina. Disponível em https://issuu.com/plasticobolha/docs/pb22http://www.jornalplasticobolha.com.br/pb22/entrevista.htm. Acesso em: 14 abr. 2019.

RIBEIRO, Edgard Telles. A literatura está intimamente ligada à existência, e é isso que a torna potente. Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea, nº 14, dez. 2016. Entrevista concedida a Godofredo de Oliveira Neto. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/flbc/article/view/17384/14250. Acesso em: 16 abr. 2019.

SOUZA, Ronaldes de Melo e. O romance tragicômico de Machado de Assis. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2006.