Ofélia recriada em “Melancolia” de Lars Von Trier
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2024.76241Palavras-chave:
Melancolia, Lars von Trier, Ofélia, pós-modernidade, literatura e audiovisual.Resumo
O filme Melancolia (2011), de Lars von Trier, é iniciado por 16 cenas de uma paródia cinematográfica concebida a partir de célebres pinturas, sendo a principal “Ophelia” (1852), de Millais. A partir disso, deseja-se investigar quão profundamente está enraizada Ofélia, personagem da peça Hamlet (1603), de Shakespeare, no desenvolvimento do filme; e, até que ponto, esse empréstimo alicerça sua forma. Portanto, noções de confisco e citação serão debatidas enquanto se percebe que conceitos, como originalidade e autenticidade, são enfraquecidos. Trier parece criar em linguagem cinematográfica o abandono contemporâneo por meio da personagem shakespeariana. Para tanto, a investigação estará alicerçada nos pressupostos de Linda Hutcheon (1989), de Antonio Candido (1976) e de Ismail Xavier (1984).
Referências
ARAÚJO, Marta de Pinheiro. “Dos corpos, das vestes, do movimento e da catástrofe: Melancolia, de Lars Von Trier”. In: TRINDADE, Denise (org.) Imaginários de cinema e moda. RJ: Synergia, 2013, p. 23 – 30.
BAINBRIDGE, Caroline. The Cinema of Lars von Trier: Authenticity and Artifice. London & New York: Wallflower Press, 2007, p. 210.
BARROS, José D’Assunção. O romantismo e o revival gótico no século XIX. Artefilosofia, v. 4, n. 6, 2009, p. 169-182.
BOULTER, Jonathan. “Melancholy and the Archive: Trauma, Memory, and History”. In: The Contemporary Novel. London & New York: Continuum, 2011.
CANDIDO, Antonio et al. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1976.
CHAVES MONTEIRO, Ênio; LUCIA PIRES, Vera. “Melancolia de von Trier: Ophélia Contemporânea. Nonada”. In: Letras em Revista. 2015; 1(24):224-242. Disponível em: <https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=512451510017>. Acesso em: 09 jan. 2024.
CORRÊA, Graça. “Gothic-Romantic Ecocentric Landscapes”. In: Lars von Trier’s Melancholia. Avanca: Cinema International Conference, Avanca: Edições Cine-Clube, 2012, 180-7.
DAMIÃO, Carla Milani. A morte como libertação ou a estetização da morte. Ilhéus: Especiaria, v. 11, n. 19, 2008, p. 320-332.
DELEUZE, G. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva. 1982.
FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2014.
GOMES, Paulo Emilio Sales. “A personagem cinematográfica”. In: CANDIDO, Antonio (Org.). A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1976.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 7. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
HOESTEREY, Ingeborg. Pastiche: Cultural memory in art, film, literature. Indiana University Press, 2001.
HUTCHEON, Linda; PÉREZ, Teresa Louro. Uma teoria da paródia: ensinamentos das formas de arte do século XX. Lisboa: Edições 70. 1989.
KRISTEVA, Julia. Black Sun: Depression and Melancholia. Translated by Leon. New York: Columbia University Press, 1989.
OLIVEIRA, Fábio Crispim. “A intermidialidade subversiva na narrativa cinematográfica de Lars Von Trier”. In: XI Congresso Internacional da ABRALIC – Tessituras, Interações, Convergências. São Paulo: 2008.
PETERSON, Kaara L.; WILLIAMS, Deanne. “Introduction: The Afterlives of Ophelia”. In: The afterlife of Ophelia. New York: Palgrave Macmillan, 2012. p. 1-9.
POE, Edgar Allan. The Raven and The Philosophy of Composition. Paul Elder and Company. San Francisco and New York. 2017.
PRADO, Decio de Almeida. “A personagem no teatro”. In: CANDIDO, Antonio (Org). A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1976.
ROMESTANT, Lilly E. “Ophelia and the Feminine Construct”. In: Oglethorpe Journal of Undergraduate Research. v. 5, 2015. Disponível em: <https://digitalcommons.kennesaw.edu/ojur/vol5/iss3/1>. Acesso em: 09 jan. 2024.
RUFINONI, Simone Rossinetti. “Paradoxos da Melancolia. Uma Leitura do Filme Melancolia, de Lars von Trier”. In: Revista de Linguagem do Cinema e do Audiovisual, v. 5, n. 1, 2016, p. 69-77.
SCHWANDER, Lars. We Need More Intoxicants in Danish Cinema. Levende Billeder, p. 13-23, 1983.
SHAKESPEARE, William. Hamlet. Penguin, 1998.
SMITH, Barbara. Neither Accident nor Intent: Contextualizing the Suicide of Ophelia. South Atlantic Review 73. JSTOR: 2008, p. 96-112.
STĘPNIK, Małgorzata. “The House that Lars Built. The Architecture of Transgression”. In: Arts: Multidisciplinary Digital Publishing Institute, 2020. p. 127.
TARKOVSKI. Andrei Arsenyevich. Esculpir o tempo/Tarkovski. Tradução Jefferson Luiz Camargo. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
THORSEN, Nils; TRIER, Lars von. “Longing for the End of All”. In: Interview with Lars von Trier, 2011.
XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência. 3. Ed. São Paulo, Paz e Terra, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista Palimpsesto publica artigos e resenhas inéditos, referentes as áreas de Letras e Linguística. Publica volumes mistos e/ou temáticos, com artigos e resenhas em português, inglês, espanhol e francês.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Palimpsesto utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.