O labirinto da memória: a investigação do tempo perdido em L’emploi du temps, de Michel Butor
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2024.74411Palavras-chave:
Michel Butor, tempo e narrativa, memória.Resumo
Este artigo propõe estudar a importância do tempo na obra de Michel Butor, mais especificamente L’emploi du temps (1957). Objetiva-se analisar, por um lado, como o tempo se constrói no romance, e, por outro lado, qual o seu papel no enredo. Na obra, o tempo é inerente à realidade, não só o do relógio ou da clepsidra, mas o interior; no romance, temos acesso às memórias do autor ficcional por meio da simultaneidade dos tempos. Em um primeiro momento, analisaremos como o tempo se constrói como um labirinto, para, em seguida, estudarmos como o protagonista tenta fugir dele. Nós percorreremos o romance à luz da teoria literária, tomando como principal interlocutor Paul Ricœur (1995; 1997), e dos textos teóricos de Butor, como Conversation sur les temps (2012) e Répertoire (1964; 1960).
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