Pelos tempos, esquinas e ruas de "Diário do Hospício"
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2022.65284Palavras-chave:
"Belle Époque", Lima Barreto, caminhar.Resumo
Uma vez que se pode estabelecer uma analogia entre a enunciação e o caminhar (CERTEAU, 1998), ao cercear o livre deslocamento de pobres, pretos, imigrantes e alcoólatras ao hospício, a capital da Primeira República também os amordaçou. Levado a ele pelas mãos da polícia, Lima Barreto esteve internado por delírios alcoólicos de 25 de dezembro de 1919 a 02 de fevereiro de 1920, e suas anotações deram origem à Diário do Hospício. Seu apreço pela caminhada e pela literatura, que fora do hospício criava textos com os pés e percursos com as mãos, tornaram a obra cidade enunciativa inclusiva, através da qual o narrador caminha pelo relato, pelo tempo, pela memória, pela cidade, pela imaginação, pela paisagem e pela literatura. Pelos tempos, esquinas e ruas de Diário do Hospício, também nós nos tornamos caminhantes. Solvitur ambulando...
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