A expansão dos BRICS em meio desordem global: os novos desafios para a política externa brasileira e inserção internacional autônoma do Brasil | The expansion of BRICS amid global disorder: new challenges for Brazilian foreign policy and Brazil's autonomous international insertion
DOI:
https://doi.org/10.12957/rmi.2024.83323Palavras-chave:
Política externa brasileira, BRICS, Desordem mundialResumo
A ascensão dos BRICS como bloco econômico e político no cenário global tem sido um desenvolvimento significativo no século XXI. Contudo, o grupo enfrenta desafios internos, como assimetrias econômicas e políticas, e externos, impulsionados por crises globais e tensões geopolíticas. A crescente influência da China dentro do grupo e sua postura mais assertiva têm ampliado as preocupações sobre o equilíbrio de poder nos BRICS, com impactos potenciais para a autonomia e os interesses do Brasil. Este artigo analisa como essas dinâmicas afetam a posição do Brasil dentro dos BRICS e suas relações internacionais, especialmente considerando a recente expansão do grupo. Com base em uma abordagem crítica e multidisciplinar, o estudo examina as opções disponíveis para a política externa brasileira, visando maximizar os benefícios da participação nos BRICS e mitigar os desafios impostos pela crescente desordem global. A análise considera as implicações das tensões entre as potências ocidentais e o eixo China-Rússia para a inserção internacional autônoma do Brasil e sua segurança.
Referências
Adegoke, Y. (2024). “Grupo Wagner: como organização mercenária russa conquista terreno na África”. BBC News Brasil. 14 de janeiro. https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3gye534w57o.
Allison, G. (2017). Destined for War: Can America and China Escape Thucydides’s Trap? Boston (Mass.): Houghton Mifflin.
Allison, G.; Leite, C. de A. (2020). A caminho da guerra: Os Estados Unidos e a China conseguirão escapar da armadilha de Tucídides? 1a edição. Intrínseca.
Amaral, G. G do. (2012). “A ‘ascensão pacífica’ na evolução da diplomacia chinesa nas últimas décadas”. Revista Aurora 6(1): 71–94. https://doi.org/10.36311/1982-8004.2012.v6n1.2719.
Ansa. (2022). “Rússia e China anunciam aliança ‘inabalável’ e ‘sem precedentes’”. iG. 4 de fevereiro. https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2022-02-04/russia-china-alianca--inabalavel---sem-precedentes-.html.
Armijo, L. E. (2007). “The Brics Countries (brazil, Russia, India, and China) as Analytical Category: Mirage or Insight?” Asian Perspective 31(4): 7–42.
Ayres, A. (2017). “How the BRICS Got Here | Council on Foreign Relations”. https://www.cfr.org/expert-brief/how-brics-got-here.
Azevedo, D. et al. (2024). “An Evolving BRICS and the Shifting World Order”. BCG Global. 19 de abril. https://www.bcg.com/publications/2024/brics-enlargement-and-shifting-world-order.
Bandeira, L. A. M. (2013). A segunda guerra fria: Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos. 6a edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Bandeira, L. A. M. (2016). A desordem mundial. 6a edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Barros, O. (2023). “A expansão do Brics e os interesses do Brasil”. Correio Braziliense. 2023. https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2023/08/5120990-artigo-a-expansao-do-brics-e-os-interesses-do-brasil.html.
BBC. (2020). India-China Dispute: The Border Row Explained in 400 Words. 16 de junho. https://www.bbc.com/news/world-asia-53062484.
Brasil 247. (2024). General dos EUA reforça pressão para que o Brasil se distancie da China. 24 de maio. https://www.brasil247.com/economia/general-dos-eua-reforca-pressao-para-que-o-brasil-se-distancie-da-china.
Brown, D. (2021). “Como a China tem expandido seu poderio militar; entenda em 4 gráficos”. BBC News Brasil. 24 de dezembro. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-59759795.
Bueno, C.; Cervo, A. L. (2015). História da Política Exterior do Brasil. 5a ed. Brasília, DF: UNB.
Busch, A. (2023). “Brics: contraponto ao G7, mas sem dar poder a novos membros”. dw.com. https://www.dw.com/pt-br/brics-querem-ser-contraponto-ao-ocidente-expandir-mas-sem-dividir-poder-com-novos-membros/a-66616609.
Carneiro, R. (2014). “Banco e fundo dos BRICs x Bretton Woods”. Brasil Debate. https://brasildebate.com.br/banco-e-fundo-dos-brics-x-bretton-woods/.
Carvalho, P. N. de; Silva, R. R. M. da; Dias, G. (2020). “O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS: uma análise dos seus objetivos, inovações e o financiamento de energias renováveis”. Sul Global: Revista do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ 1(2): 172–207.
Chatterjee, M.; Naka, I. (2022). “Twenty years of BRICS: political and economic transformations through the lens of land”. Oxford Development Studies 50(1): 2–13. https://doi.org/10.1080/13600818.2022.2033191.
Chin, G. T. (2014). “The BRICS-Led Development Bank: Purpose and Politics beyond the G20”. Global Policy 5 (3): 366–73. https://doi.org/10.1111/1758-5899.12167.
Cox, R. W. (1983). “Gramsci, Hegemony and International Relations: An Essay in Method”. Millennium: Journal of INternational Studies 12(2): 162–75. https://doi.org/10.1177/03058298830120020701.
Deng, Y. (2008). China’s Struggle for Status: The Realignment of International Relations. 1st edition. Cambridge England; New York: Cambridge University Press.
DW.com (2015). “WikiLeaks: EUA espionaram Dilma e ministros brasileiros". https://www.dw.com/pt-br/wikileaks-eua-espionaram-dilma-e-ministros-brasileiros/a-18561907.
Feix Vidal, C.; Banzatto, A. (2021). “Operação Lava-Jato e a atuação dos Estados Unidos”. OPEU (blog). 8 de junho. https://www.opeu.org.br/2021/06/08/operacao-lava-jato-e-a-atuacao-dos-estados-unidos/.
Foot, R. et al. (2009). Os Brics e a Ordem Global. 1a edição. Rio de Janeiro, Brazil: FGV.
Freitas, M. de S. (2022). The symbolic dimension of the Brazil-UK strategic partnership: aspects of Lula’s foreign policy and its cultural diplomacy strategies. Aberystwyth: Aberystwyth University.
G1. (2022). “Balança comercial: veja ranking dos principais parceiros do Brasil em 2021”. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/01/04/balanca-comercial-veja-ranking-dos-principais-parceiros-do-brasil-em-2021.ghtml.
Garcia, A. (2023). “A expansão dos BRICS”. Latinoamérica 21. 8 de setembro. https://latinoamerica21.com/pt-br/a-expansao-dos-brics/.
Garcia-Herrero, A. (2024). “China Continues to Dominate an Expanded BRICS". East Asia Forum. 12 de abril. https://eastasiaforum.org/2024/04/12/china-continues-to-dominate-an-expanded-brics/.
Gonzalez de Souza, E. et al. (2023). “Expansão do BRICS: complexidade e pontos de divergências”. Observatório de Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil (blog). https://opeb.org/2023/08/08/expansao-do-brics-complexidade-e-pontos-de-divergencias/.
Hu, D. (2023). “The Bamboo Breaks: Thailand’s Diplomatic Challenge”. Asialink. 12 de outubro. https://asialink.unimelb.edu.au/insights/the-bamboo-breaks-thailands-diplomatic-challenge.
Ipea. (2014). Conheça os BRICS. https://www.ipea.gov.br/forumbrics/pt-BR/conheca-os-brics.html.
Jabbour, E. et al. (2021). China: o Socialismo do Século XXI. 1a edição. São Paulo, SP: Boitempo Editorial.
Kennedy, P. (1991). Ascensão e Queda Das Grandes Potências. 5a ed. RJ: Campus/Elsevier.
King, J.; Goldman, M. (2006). China: uma Nova História. 1a edição. L&PM.
Klomegah, K. K. (2024). “Exploring BRICS Expansion and India’s Role on Global Economic Landscape”. Modern Diplomacy. 17 de março. https://moderndiplomacy.eu/2024/03/17/exploring-brics-expansion-and-indias-role-on-global-economic-landscape/.
Lara, R. (2019). “Por que o comércio com a China é tão importante para o Brasil”. Suno Notícias. 12 de outubro. https://www.suno.com.br/noticias/china-continuara-relacoes-comerciais-brasil/.
Lopes, R. (2019). “Brics: nova divisão internacinal do trabalho nasce dos escombros de Bretton Woods”. Brasil 247. https://www.brasil247.com/blog/brics-nova-divisao-internacinal-do-trabalho-nasce-dos-escombros-de-bretton-woods.
Mares, D. R.; Trinkunas, H. A. (2016). Aspirational Power: Brazil on the Long Road to Global Influence. Washington, D.C.: Brookings Institution Press.
Marques, C. (2022). “EUA-África: Washington ‘negligenciou presença no continente’ – DW”. DW.com. 13 de dezembro. https://www.dw.com/pt-002/eua-%C3%A1frica-washington-negligenciou-presen%C3%A7a-no-continente/a-64082891.
Mars, A. (2017). “Trump resgata Guerra Fria e aponta Rússia e China como ameaças à prosperidade dos EUA”. El País Brasil. 19 de dezembro. https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/18/internacional/1513617508_060136.html.
Mello, I. (2022). “Como a expansão da Otan levou à guerra da Rússia contra Ucrânia”. UOL. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2022/02/26/como-a-expansao-da-otan-levou-a-guerra-da-russia-contra-ucrania.htm.
Nascimento, M. C. do. (2021). A nova rota da seda: interpretações sobre a ascenção da China para o Capitalismo Global. Brasil: UFBA.
Nye, J. S. (2011). The Future of Power. New York: PublicAffairs.
OʼNeill, J. (2001). Building Better Global Economic BRICs. New York: Goldman Sachs.
Pecequilo, C. S. (2023). A reconfiguração do poder global em tempos de crise. 1a edição. rio de janeiro, RJ: Alta Books.
Pecequilo, C. S. (2013). “A América do Sul como Espaço Geopolítico e Geoeconômico: o Brasil, os Estados Unidos e a China”. Carta Internacional 8(2): 100–115.
Planalto (2023). História do BRICS. https://www.gov.br/planalto/pt-br/agenda-internacional/missoes-internacionais/reuniao-do-brics-2023/historia-do-brics.
Pimentel, J. V. de Sá, org. (2013). O Brasil, os BRICS e a agenda internacional. 2. ed. Coleção Eventos. Brasília: FUNAG.
Prange, A. (2023). “Como a guerra na Ucrânia aproxima ainda mais Rússia e Índia”. Dw.com. https://www.dw.com/pt-br/como-a-guerra-na-ucr%C3%A2nia-aproxima-ainda-mais-r%C3%BAssia-e-%C3%ADndia/a-64887548.
Prazeres, L. (2023). “Expansão do Brics: bloco anuncia 6 novos membros”. BBC News Brasil. 2023. https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3gz5nzlny5o.
Ricupero, R. (2017). A Diplomacia na Construção do Brasil: 1750-2016. 1a edição. Rio de Janeiro: Versal.
Sá, R. M. R. de. (2021). “A Atuação do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS no Enfrentamento da Pandemia de Covid-19". Revista Neiba, Cadernos Argentina Brasil, novembro, e58900–e58900. https://doi.org/10.12957/neiba.2021.58900.
Segrillo, A. (2024). “A expansão da Otan e a Rússia: desvelando uma ‘unlove story’ do pós-Guerra Fria à luz de fontes primárias”. Tempo, 30(1). https://doi.org/10.1590/TEM-1980-542X2024v300110.
Soares, I. (2023). “Ampliado, Brics terá 36% do PIB global”. Correio Braziliense. https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2023/08/5119834-ampliado-brics-tera-36-do-pib-global.html.
Stuenkel, O. (2015). The BRICS and the Future of Global Order. Lanham (Ma.): Lexington Books.
Todd, E. (2003). Depois Do Império. Record.
Vigevani, T.; Cepaluni, G. (2007). “A política externa de Lula da Silva: a estratégia da autonomia pela diversificação”. Contexto Internacional 29 (2): 273–335.
Wallerstein, I. (2004). World-Systems Analysis: An Introduction. Kindle Ed. Durham and London: Duke University Press.
Wong, T. (2022). “Quais são os interesses da China no conflito entre Rússia e Ucrânia?” BBC News Brasil. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60266969.
Wong, T. (2023). “Os dois lados da estratégia da China para tentar se tornar a maior potência global”. BBC News Brasil. 22 de abril. https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3g5gg8375do.
YouTube: TV 247. (2019). Pepe Escobar entrevista Celso Amorim na TV 247. 24 de janeiro. https://www.youtube.com/watch?v=oYkTZevqKqY&t=324s.
Zakaria, F. (2008). O Mundo Pós-Americano. 1a edição. Companhia das Letras.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Marcello de Souza Freitas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Revista Mural Internacional pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Revista Mural Internacional, com o trabalho simultaneamente licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição, a qual permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Em virtude de aparecerem na Mural Internacional, o material criado por você pode ser distribuído, copiado e exibido por terceiros. O trabalho original deve ser citado e apresentar um link para o artigo disponível no site da revista em que foi publicado, de acordo com os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional adotado por esta Revista.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.