O antinomismo teológico em ‘O castelo’ de Franz Kafka e suas relações com a Cabala herética
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2018.32649Palavras-chave:
Tradição. Interpretação. Cabala herética. Literatu¬ra. Franz Kafka.Resumo
problemática da crise da tradição, levantada por Walter Benjamin (1987) e Gershom Scholem (1999), e seu desenvolvimento na dialética própria da mística judaica, sobretudo nos movimentos antinomistas que emergiram da Cabala herética e constituíram o niilismo messiânico. O percurso do personagem de O Castelo, mais que peripécias intrigantes, desenvolve, de modo paródico, um exercício exegético próprio da tradição judaica (BLANCHOT, 2002). O Castelo, um objeto carente de substância, agrega em torno de si infinitos comentários, formando um verdadeiro labirinto de palavras. Não existindo senão em seus comentários, o Castelo assemelha-se ao Nome de Deus especulado pelos cabalistas judeus. Para a Cabala herética, Deus é inseparável de sua palavra revelada, a Torá, de modo de que seu Nome é infinitamente interpretável. Pretendemos demonstrar que a relação entre os personagens e os comentários sobre o Castelo, torcidos e profanados como o Nome de Deus entre os cabalistas, faz de Kafka um escritor que explorou magistralmente os limites entre religião e niilismo.
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