O Français Langue Etrangère e a redistribuição internacional do ensino de francês: o caso do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2016.21206Palavras-chave:
história das ideias linguísticas, análise do discurso, français langue étrangère, ensino de francês, livros didáticosResumo
O presente trabalho tem por objetivo analisar o processo discursivo que sustenta a produção e a circulação dos saberes que integram manuais de ensino básico de francês no Brasil a partir da institucionalização do Français Langue Etrangère (FLE) na França, desde a segunda metade do século XX. Essa institucionalização é entendida aqui como política de língua, uma vez que incide sobre o ensino de forma a centralizar e controlar o que circula, e como circula, no interior do francês como campo disciplinar escolar de língua estrangeira. Para tanto, tomamos como material o livro Pixel 1, méthode de français, de Catherine Favret e Silvie Schmitt, editado em Paris, pela Editora Clé International, em 2011. Em relação ao seu lugar teórico, as análises situam-se no encontro da História das Ideias Linguísticas (Auroux, 2009 et alii) com a Análise do Discurso (Pêcheux [1975]1988 et alii Orlandi, 1996, 2003, 2005, et alii), assim como vem sendo desenvolvida no Brasil a partir dos trabalhos de Eni Orlandi (2001, 2002, 2007, et alii). Entendida, então, como processo discursivo, a institucionalização do FLE produz no ensino brasileiro imagens de uma língua francesa que toma a França como seu ponto de partida e de pertença, colocando a língua nacional francesa como o caminho que leva à antiga metrópole, apagando a heterogeneidade que compõe a comunidade francófona e os países onde o francês circula, com os mais variados estatutos.
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