A mentoria na formação docente: negociando sentidos na Prática como Componente Curricular (PCC)

Resumo

O objetivo deste artigo é revisitar a proposta de mentoria na formação inicial de professoras/es de línguas com vistas a incentivar a Criatividade Local, como um entre-espaço contingente e dinâmico de negociação de sentidos entre condições locais e demandas globais (NUNES, 2022). Para investigar como um programa de mentoria contribui para a percepção desse entrelugar e do valor das práticas locais, foram propostas ativida­des de saída a campo em um curso que tem como eixo a prática como componente curricular (PCC). Como suporte teórico, entrelaçam-se a Psicologia da Criatividade, a Psicologia Humanista, as premissas da agência pedagógica no modelo KARDS de Kumaravadivelu (2012), além de estudos acerca do papel da mentoria na formação inicial de professoras/es, envolvendo perspectivas decoloniais e interculturais. Os resultados deste processo são comparados com o panorama da tese, considerando a extensão da proposta de mentoria, o tempo e a disponibilidade para sua realização na disciplina. A análise dos resultados revela a emergência de espaços dialógicos de negociação e criação para a práxis pedagógica, além de apontar para a necessidade de lidar com os desconfortos provocados pelos deslocamentos a partir de perspectivas críticas e decoloniais.