Njinga Mbandi: do silêncio histórico às recriações ficcionais contemporâneas
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2019.42389Palavras-chave:
Literatura angolana, História angolana, Njinga Mbandi.Resumo
Figura feminina de destaque para a história de Angola, principalmente, para a história de uma resistência no século XVII, Njinga Mbandi (1582-1663), personalidade incômoda que atrapalhava a interiorização dos portugueses no território angolano, já aparecia em obras de seus contemporâneos, como em Istorica descrizione de tre regni Kongo, Matamba ed Angola (1687), do padre capuchinho Giovanni Antonio Cavazzi de Montecuccolo (1621-1678); e História Geral das Guerras angolanas (1681), do soldado António Oliveira de Cadornega (1623-1690). Embora tais referências mereçam destaque por serem contemporâneas à existência da rainha Njinga Mbandi, percebe-se um apagamento histórico da sua relevância política ao longo dos séculos, talvez relacionado ao prolongamento da situação colonial até 1975. No entanto, este silêncio foi inicialmente interrompido por recriações ficcionais que destacam a liderança exercida por Njinga e reforçam o caráter de resistência do que já seria uma luta anticolonial. Atualmente, a trajetória da rainha tem sido também motivo de maior atenção em trabalhos acadêmicos de várias áreas, especialmente na História. Neste texto, ressaltamos quatro obras que recuperam a personagem histórica da rainha do Ndongo: Nzinga Mbandi (1975), de Manuel Pedro Pacavira; A gloriosa família: o tempo dos flamengos (1997), de Pepetela; A rainha Ginga (2014), de José Eduardo Agualusa; e ainda o filme Njinga, rainha de Angola (2013), dirigido por Sérgio Graciano. Essas obras recriam a vida dessa personalidade da história, não só angolana, mas centro-africana, ressignificando-a como um mito na luta anticolonial.
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