Revisitando Canudos:
Memória e testemunho no processo de (re)integração da cidade
Keywords:
Memória, Trauma, TestemunhoAbstract
Ainda hoje, Canudos é lembrada como palco de um dos maiores massacres ocorridos no Brasil. A guerra ocorrida no sertão da Bahia, ao final do século XIX, se tornou uma das mais recorrentes memórias propagadas em relação à cidade. Na literatura, Euclides da Cunha narra a campanha orquestrada pelo governo republicano com o objetivo de findar a comunidade liderada por Antônio Maciel, o Conselheiro. O olhar apresentado por Cunha demonstra uma posição de testemunho, porém em caráter externo, em razão de sua função na guerra, enquanto correspondente a serviço do governo federal. Desse modo, este trabalho tem como foco revisitar algumas memórias construídas em torno de Canudos, enquanto espaço geográfico, tendo como base o conceito de trauma. Consequentemente, pretende-se compreender a contestação por parte da população local atual sobre as narrativas anteriores, como a encontrada em “Os Sertões”. Enseja-se ainda relacionar o processo de reintegração da região a partir da discussão de Henri Lefebvre sobre Direito à Cidade.References
ANDRADE, José Wilson. Conhecendo o Instituto Popular Memorial Canudos. [Entrevista cedida a Daniela Bomfim Pina]. Entrevista concedida para trabalho final de disciplina. Online, 2022.
BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas, v. I, Magia e técnica, arte e política, trad. SP Rouanet, S. Paulo: Brasiliense (citado como OE I), 1985.
BRUCK, Ney Roberto Váttimo. A psicologia das emergências: um estudo sobre angústia pública e o dramático cotidiano do trauma. 2007.
CALASANS, José. Canudos-origem e desenvolvimento de um arraial messiânico. Revista USP, n. 54, p. 72-81, 2002.
CÂMARA, Yzy Maria Rabelo; CÂMARA, Yls Rabelo. Canudos revistado: uma breve análise do que foi a utopia de Antônio Conselheiro, ameaça à consolidação do poder da república no final do século XIX. 2015.
DURKHEIM, Emile. O que é fato social. As regras do método sociológico, v. 6, 1978.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.
HALBWACHS, M., (1990). A memória coletiva. São Paulo: Vértice.
LEFEBVRE, Henri et al. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2008.
NORA, Pierre et al. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 10, 1993.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Testemunho e a política da memória: o tempo depois das catástrofes. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 30, 2005.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Narrar o trauma: a questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Psicologia clínica, v. 20, p. 65-82, 2008.
SILVA, Vanderlei Leite. Conhecendo o Instituto Popular Memorial Canudos. [Entrevista cedida a Daniela Bomfim Pina]. Entrevista concedida para trabalho final de disciplina. Online, 2022.
SODARO, Amy et al. Tradução" Museus memoriais: a emergência de um novo modelo de museu". PerCursos, v. 20, n. 44, p. 207-231, 2019.
SZACHNOWSKI, Zelina Márcia Pereira Beato; ARAÚJO, Aryadne Bezerra. O GENOCÍDIO DE CANUDOS COMO TRAUMA E OS SERTÕES COMO RELATO TESTEMUNHAL. fólio-Revista de Letras, v. 11, n. 1, 2019.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2023 Daniela Bomfim Pina

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.