Por uma transição epistemológica insurgente: reflexões sobre a produção do conhecimento e as realidades possíveis a partir da periferia urbana
DOI:
https://doi.org/10.12957/intratextos.2020.59916Palavras-chave:
Transição paradigmática, Epistemologia, Conhecimento, PeriferiaResumo
A partir de levantamento bibliográfico, notadamente da literatura de Santos (2008; 2009; 2011), Morin (2001; 2003); e Stengers (1987; 2003), o objetivo do presente trabalho é pensar criticamente as insuficiências do modelo positivista de produção do conhecimento que marca a atividade científica moderna, articulando essas reflexões com um relato de experiência que revela os itinerários sociais e acadêmicos do próprio autor, pesquisador da periferia urbana, para, assim, pensar novos caminhos epistemológicos possíveis, que legitimem as vivências e narrativas presentes nesses espaços. As conclusões apontam que romper com as parcialidades do paradigma científico que dominou o pensamento ocidental é fundamental para reconhecer a pluralidade de saberes, sujeitos e modos de vida que, embora sistemática e historicamente excluídos dos padrões normativos das ciências, também produzem significados e sentidos do que é real. A inclusão das periferias urbanas nesse processo tem ressonâncias não somente no campo científico, mas na afirmação de identidades, na implementação de políticas públicas e na elaboração de marcos regulatórios, por exemplo.