Conscientização, tradição e desenvolvimento: a conquista da terra, o uso dos recursos naturais e conflitos étnicos em unidades de conservação no estado do Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.12957/intratextos.2014.2089Palavras-chave:
conflitos étnicos, produção de identidade, mediação de conflitos, unidades de conservaçãoResumo
Este artigo discute alguns aspectos do conflito étnico protagonizado pelos moradores da comunidade Itaboca e os indígenas Cocama da aldeia Santa União, situados na confluência entre duas unidades de conservação: a Reserva Extrativista Auati-Paraná e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizadas no estado do Amazonas. A principal atividade econômica é o manejo comunitário do pescado, principalmente do pirarucu. De acordo com alguns moradores da região, essa atividade reacendeu antigas desavenças e causou novos conflitos entre moradores e instituições gestoras das reservas. Os gestores empenham-se em conter os conflitos que surgiram a partir dessa nova modalidade de uso social dos recursos naturais. O modelo comunitário-cristão institucionaliza os papéis sociais na tentativa de efetivar o "desenvolvimento sustentável", no qual os seres humanos devem viver em harmonia e sempre sob a tutela externa de especialistas ambientais para legitimar as intervenções políticas e administrativas.