A solidariedade e o consumidor consciente

Autores

  • Carlos Costa Rodrigues Luz

DOI:

https://doi.org/10.12957/intratextos.2011.1627

Resumo

Este artigo realizou um estudo de caso com manuais/guias para o consumo consciente, tendo como objetivo principal compreender o modo pelo qual a consciência era discursivamente produzida. Percebeu-se que os manuais/guias produziam-na como uma tomada completa de si e do processo produtivo, oposto à “ignorância” do consumidor tradicional, supostamente alheio ao mundo e as decorrências de suas ações nele. Percebemos que a consciência defendida é também embasada por uma série de sentimentos como medo, solidariedade, culpa, dor, confiança e etc, que podem entrar em conflito com a noção almejada. Foi possível compreender que o foco de denúncia e ataque dos manuais recai nas empresas produtoras/prestadoras de serviços, nas mercadorias e nos consumidores, todos quando esvaziados da noção de consciência. O agente da mudança política possível seria o consumidor consciente através da alteração de seus padrões privados de consumo. Concluímos defendendo a noção de que os manuais focam o embate das práticas individualizadas que promoveriam a dor, preocupando-se menos com o sistema geral que faz sofrer. A tese por eles defendida é baseada no entendimento de que ações individualizas promoveriam alterações sistêmicas, assim sendo, operam através da denúncia e cobrança dos sujeitos isolados o que supostamente alterariam o todo.

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Publicado

2011-05-30

Como Citar

Luz, C. C. R. (2011). A solidariedade e o consumidor consciente. Revista Intratextos, 2, 17–36. https://doi.org/10.12957/intratextos.2011.1627