MOVIMENTOS SOCIAIS E MOVIMENTO INDÍGENA – ETNIA E CLASSE SOCIAL: caminhos que cruzam, mas não se confundem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2022.68864

Palavras-chave:

Movimento Indígena, Movimento Social, Etnia, Classe Social

Resumo

A década de 1970 marca a emergência de vários movimentos indígenas na América Latina, impulsionados pelas lutas de libertação nacional pós-Segunda Guerra Mundial na África e na Ásia; pelos Direitos Humanos nos Estados Unidos; por movimentos feministas, étnicos e ambientais em grande parte do mundo. Especificamente sobre os movimentos sociais de caráter étnico é que se debruçam as preocupações deste artigo. O objetivo central é compreender o processo de formação e sistematização dos movimentos indígenas, especialmente no Brasil, a partir de 1970, e problematizar as percepções teóricas inerentes às noções de movimento social e movimento indígena e classe social e etnia. A problemática norteadora agrega a hipótese de que os movimentos indígenas se caracterizam por demandas étnicas, políticas e sociais, contudo, não se definem como movimentos de classe em sentido stricto. A análise e revisão da literatura circunstanciam a construção da pesquisa e da elaboração da narrativa

Biografia do Autor

Poliene Soares dos Santos BICALHO, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Doutora em História Social pela Universidade de Brasília (UnB). Docente do curso de História da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e do Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais no Cerao (PPGTECCER/UEG)

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Publicado

2022-08-31