A TROCA DE EMBAIXADAS ENTRE OS CHEFES MBUNDU E OS PORTUGUESES: NEGOCIANDO A PRESENÇA PORTUGUESA EM ANGOLA NO SÉCULO XVI

Autores

  • Luciana Lucia da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2021.58455

Palavras-chave:

Angola, povos mbundu, presença portuguesa, século XVI.

Resumo

Neste artigo, temos o objetivo de discutir a relação mantida entre as chefias do Ndongo e os representantes portugueses anteriormente ao estabelecimento de bases portuguesas, ocorrido em 1575, no território que passou a ser conhecido como Angola. Ao longo do século XVI, em decorrência do desenvolvimento comercial dessa região – vinculado ao tráfico atlântico de pessoas escravizadas –, houve uma intensa busca por contato, efetivada por meio da troca de presentes e do envio de emissários pelas duas partes em questão. A dinâmica dessas trocas que envolvia interesses comerciais, religiosos e diplomáticos, e refletia a competição por poder e o domínio de recursos nessa região, será analisada com base em relatos das negociações empreendidas, de modo a reconhecer a centralidade das iniciativas mbundu na condução dos acontecimentos desse período.

Biografia do Autor

Luciana Lucia da Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda em História Social pelo Programa de Pós Graduação em História Social (PPGHIS) do Instituto de História da UFRJ, obteve o título de Mestre pelo mesmo programa em 2019, com a dissertação intitulada “O Ndongo e a presença portuguesa: indícios da agência mbundu na relação com os portugueses, século XVI”. Graduada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Referências

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Publicado

2021-08-30