Lembranças que amargam: a infância como lugar de desconforto em "Me Nina", de Gustavo Bernardo

Autores

  • Ana Lidia da Silva Afonso Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2018.35395

Palavras-chave:

infância, desconforto, narrador, ficção cética

Resumo

Narrativa com muitos vazios a serem suplementados, esperando “que o leitor descubra suas próprias projeções”, conforme entendimento de Wolfgang Iser, o romance Me nina nos oferece exercício constante de estímulo à imaginação. De tantas questões que surgem ao longo do relato são as que envolvem o(s) narrador(es) que mais nos chamam a atenção. A sobreposição de vozes narrativas abre ao leitor a possibilidade de enxergar os fatos através de várias perspectivas que, longe de constituírem-se como zonas de conforto, fazem do texto uma ficção cética. Os narradores assumem papel fundamental para dar conta de que a trajetória da personagem Timo é marcada pela impossibilidade. Texto de fruição, conforme ideias de Roland Barthes, a narrativa coloca-nos em estado de perda e desconforto, firmando-se como leitura desejante e em constante devir.

Biografia do Autor

Ana Lidia da Silva Afonso, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutoranda em Letras Vernáculas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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Publicado

2018-07-03

Como Citar

Afonso, A. L. da S. (2018). Lembranças que amargam: a infância como lugar de desconforto em "Me Nina", de Gustavo Bernardo. Palimpsesto - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 17(26), 637–655. https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2018.35395