A (des)cortesia no Barroco brasileiro: expressão de cultura
DOI:
https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2018.35284Palavras-chave:
(des)cortesia, Gregório de Matos, dobra.Resumo
Em contribuição aos estudos enunciativo-discursivos pela perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, selecionamos a décima Outra pintura em sombras desta dama de Gregório de Matos Guerra, composta na segunda metade do século XVII, no período do Barroco brasileiro, e examinamos as estratégias de (des)cortesia nos enunciados que tematizam a beleza “de uma formosa dama”. Nossa amostra de pesquisa consiste em um dos onze poemas do poeta dedicado a uma dama chamada Teresa. No desenvolvimento temático do discurso em análise, o enunciador funde erotismo e religiosidade, sacralidade e profanidade para retratar as qualidades de Teresa. Como aporte teórico-metodológico, fundamentamo-nos na noção de cortesia proposta por Kerbrat-Orecchioni, pela qual ressignifica a teoria de Brown e Levinson, compreendendo a cortesia como a produção de antiameaças mediante os encadeamentos corteses e descorteses no desenvolvimento enunciativo. Consideramos, também, as contribuições do filósofo francês Gilles Deleuze, o qual discute, pela noção de dobra, os processos de construção de territórios existenciais do indivíduo dentro de sistemas de coerções e códigos múltiplos: a subjetivação. Ao estudar a subjetivação, Deleuze reflete não apenas acerca de um sujeito individual, mas de um modo intensivo de produzir a curvatura de certo tipo de forças sociais que, em nosso caso, influenciam na constituição do discurso selecionado e a maneira de apreender a (des)cortesia presente nos enunciados.
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