A razão negra e o projeto romântico: dupla face do romance Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2019.42343

Palavras-chave:

Razão negra, romantismo, Úrsula, Maria Firmina dos Reis.

Resumo

Este estudo pretende analisar o romance Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, a partir do conceito de “razão negra”, formulado por Achille Mbembe (2014), em contraste com a estética romântica que também ampara o livro da autora brasileira. E, além disso, objetiva-se discutir como este conceito de Mbembe ajuda a compreender a representação do negro realizada pelo texto firminiano. Para Mbembe, a “razão negra” liga-se à fabricação das imagens do saber e do sujeito afrodescendente. A hipótese deste ensaio é que a “razão negra” opera como dispositivo responsável por potencializar a compreensão de imagens de afrodescendentes no romance Úrsula, tais como exemplificadas por meio das trajetórias de Túlio, Mãe Susana e Antero. Se, por um lado, o livro em questão opta por seguir as linhas gerais do romantismo brasileiro, ao discutir a configuração da nação e a escravidão, por outro lado, ele o faz a partir dos paradigmas identitários pautados pela “razão negra”, ou seja, o negro como sujeito das ações e do discurso.

Biografia do Autor

Luiz Henrique Silva de Oliveira, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG

Doutor em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela UFMG (2013), onde também concluiu Pós-Doutorado em Estudos Literários. Professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens e da Graduação em Letras (Tecnologias de Edição) no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Campo Editorial (GIECE). Autor de Poéticas negras (2010) e Negrismo (2014).

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Publicado

2020-01-28

Como Citar

Oliveira, L. H. S. de. (2020). A razão negra e o projeto romântico: dupla face do romance Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 26(48), 654–971. https://doi.org/10.12957/matraga.2019.42343