A Cidade-simulacro dos sofistas (A configuração do espaço urbano enquanto Discurso e Imagem)

Autores

  • Paulo Pinheiro

Resumo

No seu “Elogio de Helena”, o sofista Górgias Leôncio celebra o discurso (lógos) definindo-o como uma potência soberana capaz de produzir, a partir de uma realidade insignificante e mesmo invisível, os feitos mais extraordinários. O discurso, assim compreendido, é tido como uma potência que produz algo, por exemplo, como uma imagem, ou melhor, como a imagem da Helena inocente, vítima, inclusive, do próprio discurso que a partir de um elemento tão etéreo como a voz produzos feitos mais ‘divinos’ (theíotata érga). Não foi, aliás, o próprio discurso que produziu, também, a imagem desfavorável de Helena que vigorou tanto no imaginário dos gregos quanto nas narrativas dos poetas? Num dia Helena surge como a causadora da guerra que se abateu sobre os helenos, no outro ela nada mais do que a mulher injustiçada, vítima de algum complô; ou dos efeitos do amor ou da trama de algum deus, dos efeitos persuasivos do discurso, da necessidade ou do acaso.

Biografia do Autor

Paulo Pinheiro

Jornalista, mestre, Doutor em Filosofiapela Universidade Paris I/Sorbonne epesquisador.

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Como Citar

Pinheiro, P. (2014). A Cidade-simulacro dos sofistas (A configuração do espaço urbano enquanto Discurso e Imagem). Logos, 3(2), 17–20. Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/logos/article/view/13372