O arranjo produtivo local de petróleo e gás em Macaé: origem, evolução, impactos da crise do contrachoque de 2014 e perspectivas pós-crise

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/cdf.2021.61384

Resumo

Macaé se tornou, nas últimas décadas, o mais importante e dinâmico polo de crescimento econômico e populacional do interior fluminense, em razão da formidável oferta de empregos formais, muitos dos quais com remuneração mais elevada que a média dos outros municípios do estado. Esse fenômeno deve-se à formação do Arranjo Produtivo Local (APL) de petróleo e gás natural que se concentrou, desde o final da década de 1970, com a instalação da Petrobrás e da estrutura de apoio no município. O arranjo é altamente especializado, sendo liderado pelas atividades de ‘extração de petróleo e gás natural’ e das ‘atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural’. Entretanto, com o início da produção de petróleo na Bacia de Santos a partir do início da década de 2010, e com os efeitos do contrachoque do petróleo de 2014, o papel do APL tem passado por mudanças significativas. O presente estudo, de caráter exploratório e descritivo, analisa os impactos desses fatores sobre o APL, com destaque para o Quociente Locacional (QL), sobre a arrecadação de royalties do município, sobre os estabelecimentos e os empregos formais e suas características. Os resultados apontam para impactos negativos sobre a arrecadação e o mercado de trabalho local, especialmente, sobre os empregos de maiores exigências de treinamento técnico especializado de nível médio e superior, e que também eram os que pagavam maiores salários. No entanto, embora com redução do QL, como a crise foi generalizada em nível nacional, as perdas de Macaé não representaram menor centralidade do arranjo produtivo no conjunto das atividades de exploração e produção de petróleo e gás no país. Ainda assim, existe uma série de incertezas com relação à evolução futura do arranjo produtivo que abre novos campos de estudos.

Biografia do Autor

Robson Santos Dias, Instituto Federal Fluminense - Campos dos Goytacazes

Professor do IFF Cabo Frio. Pesquisador do NEED - Núcleo de Estudos em Estratégias e Desenvolvimento e do OBPETRO - Observatório Socioeconômico dos Municípios Produtores de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro. Doutor em Planejamento Urbano e Regional pela UFRJ.

Romeu e Silva Neto, Instituto Federal Fluminense - Campos dos Goytacazes

Graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (1990), mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense (1993), especialização em Desenvolvimento Local pela Organização Internacional do Trabalho OIT-Turim (2001), doutorado em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC Rio (2002), Estágio Pós Doutoral na Universidad Pontificia de Salamanca - Espanha (2006), Pós-Doutorado em Economia Industrial pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008) e Pós Doutorado na Linha de Pesquisa Estado e Política Pública no Programa de Políticas Públicas e Formação Humana PPFH UERJ (2015). Atualmente é Professor Titular do IFF - Instituto Federal Fluminense junto ao PPEA - Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental e ao Mestrado em Sistemas Aplicados à Engenharia e Gestão (SAEG).

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Publicado

2021-09-30

Como Citar

Dias, R. S., & Silva Neto, R. e. (2021). O arranjo produtivo local de petróleo e gás em Macaé: origem, evolução, impactos da crise do contrachoque de 2014 e perspectivas pós-crise. Cadernos Do Desenvolvimento Fluminense, (20), 13–51. https://doi.org/10.12957/cdf.2021.61384