Escalas da desigualdade urbana - a cidade do Rio de Janeiro e as favelas

Camila Lima e Silva de Carvalho

Resumo


No Brasil, o senso comum aponta as favelas como o lugar urbano da pobreza, da violência e
marginalidade, por excelência. O objetivo deste trabalho é mostrar que essa descrição das favelas como bolsões de pobreza só é pertinente numa determinada estratégia de agregação espacial dos dados censitários – ou seja, uma certa escala geográfica. Quando a análise é feita considerando os limites de uma favela individual, o que emerge é um mosaico de faixas de renda, a exemplo do observado na escala da cidade. A hipótese deste trabalho é de que as favelas possuem uma estrutura socioespacial análoga à da cidade, caracterizando-as como uma espécie de “cidades dentro da cidade”. Utilizando dados do Censo, agregados ao nível do setor censitário, calculamos o Índice de Moran para a variável renda e, uma vez identificados os clusters de alta e baixa renda, analisamos os dados socioeconômicos e de infraestrutura, relativos a 2010. Estudamos os três maiores agrupamentos de favelas no Rio de Janeiro: Rocinha, Complexo do Alemão e Fazenda Coqueiro. Os resultados indicaram que as favelas têm reproduzido a desigualdade observada na escala da cidade. Articuladas à estrutura urbana mais ampla, as favelas se comportam como fractais, na medida em que também reproduzem esta estrutura.


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DOI: https://doi.org/10.12957/cdf.2016.35870

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