DNA e o deslocamento de certezas no Direito de Família Brasileiro

Autores

Palavras-chave:

Investigação de paternidade, paternidade socioafetiva, DNA, direito de família

Resumo

Enfocando o impacto da tecnologia do DNA no direito de família brasileiro, pela análise de leis, jurisprudência e processos particulares lidando com disputas de paternidade, mapeamos tendências de mudança ao longo dos últimos trinta anos. Mostramos como, após um momento de ceticismo inicial, a evidência genética parece dominar o cenário legal, tornando os depoimentos pessoais irrelevantes. Entretanto, com a atenção crescente dirigida para homens que usam um resultado negativo para refutar seu status paterno, a importância de depoimentos volta para esclarecer se o pai registral originalmente acreditava ou não que tinha um vínculo consanguíneo com seu filho. Finalmente, olhamos para um período recente, rastreando como reações contra a “verdade real” da biologia geram uma nova categoria jurídica – paternidade socioafetiva – que, estendendo-se muito além dos testes de paternidade, está alterando alguns princípios básicos do direito da família.

Biografia do Autor

Claudia Fonseca, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora permanente, PPG Antropologia Social, UFRGS

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Publicado

2019-08-31

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Artigos