Imaginários sexuais e des/atenção médica: a ginecologia como dispositivo de hetero-cis-normalização

Autores

  • Virginia Cano UNTREF/UBA/CONICET

Palavras-chave:

ginecologia, tecnologia de normalização, heterossexualidade compulsória, precariedade

Resumo

A partir do método genealógico foucaultiano, o presente artigo tem o intuito de
analisar a eficácia produtiva e a violência normativa que configura a ginecologia como tecnologia de hetero-cis-normalização, produzindo uma distribuição diferencial da precariedade que afeta, principalmente as corporeidades e modos de vida lésbicos (cis e trans), transmasculinos, não-binarixs, bi e pansexuais. Para tal trarei à tona, em primeiro lugar, as análises butlerianas em torno da heterossexualidade compulsória, as normas sexo-generificadas e a vulnerabilidade para pensar a ginecologia como técnica de precarização. Em segundo lugar, e recuperando os supostos de Rhoden, Cabral e Preciado, desenvolverei os modos em que a ginecologia opera como uma “prótese de gênero” que organiza e disciplina corpos a partir de um sistema binário. Para concluir, e seguindo a Foucault, sustentarei a ideia que isso supõe uma espécie de estranho “paradoxo” para a ginecologia; uma desatenção induzida e sistemática e um desleixo da saúde ginecológica das pessoas LGTB.

Biografia do Autor

Virginia Cano, UNTREF/UBA/CONICET

Investigadora Adjunta del CONICET. Profesora Adjunta de "Ética" en la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires

Publicado

2019-12-25

Edição

Seção

Artigos