Sobre o paradoxo da iniquidade: por uma crítica da razão teodiceica em tempos de coronavírus

Alexandre Marques Cabral

Resumo


O presente artigo almeja interpretar a fenômeno do mal em meio ao atual quadro pandêmico, lavando em consideração a hipótese segundo a qual, hegemonicamente, o mal aparece na contemporaneidade como iniquidade e esta se apresente por meio de dois vetores, que assinalam um paradoxo. O primeiro deles insere o mal em uma dinâmica (devir) sistemática de produção de vidas descartáveis. Já o segundo diz respeito a uma estrutura histórica possuidora de certa estabilidade, a qual naturaliza o espaço suhumanizador de certos grupos que acabam por viver verdadeiros “mundos de morte” (Mbembe). Isso se apresenta claramente no Brasil e, em especial, no contexto da pandemia do novo coronavírus. O artigo pretende dar conta dessa realidade, por meio de um diálogo crítico e fenomenológico com Santo Agostinho, Hannah Arendt e com o pensamento decolonial. 


Palavras-chave


iniquidade; mal; fenomenologia; alteridade

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DOI: https://doi.org/10.12957/ek.2021.57129

 

ISSN - 2316-4786 (on-line)

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