Bultmann e Heidegger: entre desmitologização teológica e destruição fenomenológica.
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2012.3825Resumo
DOI: http://dx.doi.org/10.12957/ek.2012.3825 O presente artigo tem como objetivo primário assinalar em que medida pode ser afirmado que há algum tipo de relação entre o procedimento metodológico heideggeriano chamado no parágrafo 6 de Ser e tempo de destruição e o procedimento hermenêutico desmitologizador inerente à teologia existencial de Rudolf Bultmann. Aventa-se a hipótese, que deverá ser testificada ao longo da investigação, de que a desmitologização bultmanniana funciona como análogo teológico do procedimento filosófico da destruição.Para tanto, deve-se esclarecer o que Bultmann entende por desmitologização e como ela, assim como a destruição heideggeriana, possui um caráter positivo, à medida que apropria-se da tradição bíblico-teológica com a finalidade de deixar vir a lume o esteio existencial onde suas narrativas encontram seu fundamento. Deste modo, o artigo sinaliza a existência de um horizonte positivo para se compreender a mútua influência sofrida e exercida por Heidegger e pela teologia protestante existencial de Marburg, que encontra em Bultmann seu maior expoente. Consequentemente, isto parece assinalar que a obra heideggeriana, sobretudo no que concerne ao projeto de Ser e tempo, inscreve diversos elementos presentes na teologia existencial contemporânea no âmbito ontológico-existencial, o que equivale a supor que a existencialidade do ser-aí é compreendida por Heidegger à luz de elementos derivados da tradição cristã.Downloads
Publicado
2012-09-18
Como Citar
Cabral, A. M. (2012). Bultmann e Heidegger: entre desmitologização teológica e destruição fenomenológica. Ekstasis: Revista De Hermenêutica E Fenomenologia, 1(1). https://doi.org/10.12957/ek.2012.3825