SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SANGRADOURO:

transformações na paisagem e impactos sobre o abastecimento de água

Autores

Palavras-chave:

Bacia Hidrográfica, Rio Sangradouro, Paisagem, Abastecimento de água, Nossa Senhora das Dores

Resumo

O estudo de bacias hidrográficas vem sendo realizado como demanda de melhor compreensão dos processos atuantes nessas unidades. No Brasil, a Lei nº 9.433 tornou-se o marco norteador das ações de uso, planejamento, gestão e gerenciamento dos recursos hídricos. Em Sergipe se espacializam oito bacias hidrográficas, subdivididas em 27 Unidades de Planejamento - UP. A sub-bacia hidrográfica do rio Sangradouro, recorte desse estudo, drena áreas dos municípios de Nossa Senhora das Dores, Capela e Siriri, integrando a UP – Rio Siriri. Desde a década de 1980, até os dias atuais, a população residente na sede de Nossa Senhora das Dores e povoados adjacentes é abastecida com água captada do rio Sangradouro, pela estação da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) situada em Siriri. Esse estudo objetiva analisar as transformações da paisagem da sub-bacia hidrográfica do rio Sangradouro, entre as décadas de 1980 e 2020 e as consequências no abastecimento de água do município de Nossa Senhora das Dores, Sergipe. Para isso, adotou-se a categoria analítica Paisagem e as seguintes estratégias metodológicas: levantamentos bibliográfico, documental e cartográfico; trabalhos de campo; processamento de imagens de satélite e fotografias aéreas; criação de shapefiles, elaboração de produtos cartográficos e interpretação de dados. Os estudos realizados revelaram que, na atualidade, a sub-bacia hidrográfica do rio Sangradouro, tem manifestado as consequências das interferências antrópicas sofridas - remoção da cobertura vegetal, com comprometimento na produção de água. Por outro lado, verifica-se um aumento na demanda por água, em razão do crescimento demográfico das últimas décadas.

Biografia do Autor

Lucas Silva Leite, Universidade Federal de Sergipe

Mestre em Geografia pelo PPGEO - UFS (2020). Graduado em Geografia-Licenciatura, pela Universidade Federal de Sergipe (2017). Participou do Programa de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) no subprojeto Formação docente e ensino de Geografia na Educação Básica: práticas pedagógicas para o licenciando/futuro professor (2014-2016). Atuou como aluno de Iniciação Científica (IC), com bolsa COPES (IC) no plano de trabalho Estudo dos Processos Costeiros e Feições Morfológicas da Praia de Atalaia Nova, Barra dos Coqueiros; vinculado ao projeto ANÁLISE MORFODINÂMICA DA PRAIA DE ATALAIA NOVA, BARRA DOS COQUEIROS/SE (2016-2017).

Neise Mare de Souza Alves, Profª Doutora do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Sergipe (PPGEO/UFS)

Graduação em Geografia - Licenciatura e Bacharelado pela Universidade Federal Fluminense (1977), Graduação em Serviço Social pela Universidade Católica do Salvador (1986), Mestrado em Geoquímica e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Bahia (2004), Doutorado em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe (2010) e Pós-doutorado em Geociências - Geomorfologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Atualmente é professor Associado 2 da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente nos seguintes temas: bacia do rio sapucaia, análise da paisagem, processos morfodinâmicos, paisagem e uso e ocupação das terras.

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Publicado

2024-06-18

Como Citar

Leite, L. S., & de Souza Alves, N. M. (2024). SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SANGRADOURO: : transformações na paisagem e impactos sobre o abastecimento de água. HUMBOLDT, 2(1). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/humboldt/article/view/74361

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